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Fifa repreende comemoração religiosa da seleção brasileira

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Federação manda alerta à CBF após o Brasil ser acusado de utilizar o futebol como palco para a religião.

GENEBRA – A comemoração da seleção pelo título da Copa das Confederações e o comportamento dos jogadores brasileiros após a vitória sobre os Estados Unidos causam polêmica na Europa. A queixa é de que o time brasileiro estaria usando o futebol como palco para a religião.
A Fifa confirmou ao Estado que mandou um alerta à CBF pedindo moderação na atitude dos jogadores mais religiosos, mas indicou que por enquanto não puniria os atletas, já que a manifestação ocorreu após o apito final.
Ao final do jogo contra os EUA, os jogadores da seleção fizeram uma roda no centro do campo e rezaram. A Associação Dinamarquesa de Futebol é uma das que não estão satisfeitas com a Fifa e quer posição mais firme. Pede punições para evitar que isso volte a ocorrer.
Com centenas de jogadores africanos, vários países europeus temem que a falta de uma punição por parte da Fifa abra caminho para extremismos religiosos e que o comportamento dos brasileiros seja repetido por muçulmanos que estão em vários clubes europeus hoje.
Tanto a Fifa quanto os europeus concordam que não querem que o futebol se transforme em um palco para disputas religiosas, um tema sensível em várias partes do mundo. Mas, por enquanto, a Fifa não ousa punir a seleção brasileira.
“A religião não tem lugar no futebol”, afirmou Jim Stjerne Hansen, diretor da Associação Dinamarquesa. Para ele, a oração promovida pelos brasileiros em campo foi “exagerada”. “Misturar religião e esporte daquela maneira foi quase criar um evento religioso em si. Da mesma forma que não podemos deixar a política entrar no futebol, a religião também precisa ficar fora”, disse o dirigente ao jornal Politiken, da Dinamarca.
Ao Estado, a entidade confirmou que espera que a Fifa tome “providências” e que busca apoio de outras associações.
As regras da Fifa de fato impedem mensagens políticas ou religiosas em campo. A entidade prevê punições em casos de descumprimento. Por enquanto, a Fifa não tomou nenhuma decisão e insiste que a manifestação religiosa apenas ocorreu após a partida. Essa não é a primeira vez que o tema causa polêmica. Ao fim da Copa de 2002, a comemoração do pentacampeonato brasileiro foi repleta de mensagens religiosas.
A Fifa mostrou seu desagrado na época. Mas disse que não teria como impedir a equipe que acabara de se sagrar campeã do mundo de comemorar à sua maneira. A entidade diz que está “monitorando” a situação. E confirma que “alertou a CBF sobre os procedimentos relevantes sobre o assunto”. A Fifa alega que, no caso da final da Copa das Confederações, o ato dos brasileiros de se reunir para rezar ocorreu só após o apito final. E as leis apenas falam da situação em jogo. O Estado não conseguiu contato com Rodrigo Paiva, assessor da CBF, para comentar o caso.
Fonte: AE.

Comentaristas da BBC se surpreendem com exibição de religiosidade da seleção brasileira

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Os comentaristas da BBC que acompanharam a final da Copa das Confederações conquistada pela seleção brasileira no último domingo, 28 de junho, na África do Sul, ficaram surpresos com o fervor religioso demonstrado pela equipe. Um deles disse que o capitão Lúcio (foto) parecia um pregador evangélico pela emoção com que proferia cada palavra.

Confira o que foi dito pela BBC e deixe o seu comentário:
A conquista da terceira Copa das Confederações pela seleção brasileira no último domingo, 28 de junho,na África do Sul, foi intensamente comemorada pelos jogadores e comissão técnica.
Afinal, o título veio com uma vitória de virada, conquistada com muita determinação por um time que se por um lado não tem o brilhantismo de outras seleções brasileiras, por outro mostra espírito coletivo e grande união.
A vitória do Brasil sobre o esforçado time dos Estados Unidos era esperada e portanto não chegou a surpreender.
O que surpreendeu mesmo foi o fervor religioso demonstrado explicitamente por inúmeros jogadores que aos poucos foram revelando o amor a Jesus em mensagens em inglês estampadas em camisetas que vestiam por baixo da famosa camisa canarinho.
Os comentaristas da BBC que acompanharam a final também não estavam preparados para a reza coletiva, com todos ajoelhados, de mãos dadas, num círculo feito em pleno gramado que incluiu até a comissão técnica.
Um deles disse que o capitão Lúcio parecia um pregador evangélico pela emoção com que proferia cada palavra.
Num lugar como a Grã-Bretanha, onde o povo está acostumado a conviver respeitosamente com diferentes religiões, surpreende o fato de atletas usarem a combinação entre um veículo de grande penetração como a televisão e a enorme capacidade de marketing da seleção brasileira, para divulgar mensagens ligadas a crenças, seitas ou religiões.
Se arriscam a serem confundidos com emissários de pregadores dispostos a aumentar o número de ovelhas de seus rebanhos às custas do escrete canarinho, como emissários evangélicos em missão.
Para os críticos deste tipo de atitude, isso soa oportunismo inadequado e surpreende ver que a Fifa não se opõe a que jogadores se descubram do “manto sagrado” que os consagrou para exibir suas preferências religiosas.
Será que a tolerância da entidade teria sido a mesma se ao final do jogo algum jogador mostrasse uma camiseta dizendo “Eu não acredito em Deus” ? Ou se outro fosse um pouco além e gravasse no peito algo como “Essa vitória foi obtida graças ao esforço dos jogadores sem nenhuma interferência divina ou sobrenatural”?
É comum ver atletas fazendo sinal da cruz ao entrar em campo, beijando anéis, medalhas de santos, cruzes e patuás que trazem pendurados em cordões e apontando aos céus como a agradecer pelo gol marcado. Ninguém tem nada a ver com manifestações individuais.
Mas uma manifestação coletiva, explícita e organizada como um ritual religioso pode dar margem a críticas ao ser associada a um bem público, a uma instituição tão democrática como a seleção brasileira.
A religiosidade de cada um seja ela qual for merece respeito, da mesma forma como merece ser respeitada a falta de religiosidade daqueles que assim optaram a seguir a vida.
Se a moda pega, a Fifa corre o risco de ter a Copa do Mundo do ano que vem cheia de manifestações religiosas, com missas, cultos e pregações diversas após cada partida.
O povo merece continuar torcendo pelo futebol de sua seleção, independente da reza, sessão espírita, ponto, ritual de sacrifício, sermão ou pregação.
Afinal, futebol é bola na rede, o resto é conversa.
O que você achou do que leu? Deixe seu comentário
Fonte: BBC Brasil.

Pastor R.R. Soares oferece R$ 5 milhões pela madrugada do SBT

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Igreja Internacional da Graça, comandada por Romildo Ribeiro Soares (foto), o missionário R.R.Soares, ofereceu R$ 5 milhões para por 3 horas diárias (das 2h às 5h) no SBT. A proposta foi feita pela primeira vez cerca de quatro meses atrás. Na ocasião, Silvio Santos rejeitou qualquer possibilidade de venda.
Na semana passada, conforme revelou a coluna de Mônica Bergamo da Folha de São Paulo, emissários do pastor almoçaram no SBT, em nova tentativa de compra de horário.
Os religiosos viram o “terremoto” ocorrido com as mudanças de casa, por parte de celebridades, e tentaram aproveitar o “timing”. Com Eliana e Justus, o SBT vai ter um gasto salarial extra de R$ 20 milhões nos próximos 12 meses.
Especula-se que a igreja teria se oferecido para, no mínimo, cobrir esse gasto – em troca de algumas horas na programação da madrugada do SBT.
Mais uma vez a emissora se recusou.
A Igreja Internacional da Graça não é a primeira que assedia a TV de Silvio Santos. No final dos anos 90, a Igreja Universal também tentou comprar toda a madrugada da emissora, que rejeitou.
Fonte: UOL.

Menina de 5 anos cura com as mãos

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Missionária Alani se torna sensação entre os evangélicos com suas bênçãos que atraem multidões de fiéis para os cultos.
Rio – Menina de 5 anos vem atraindo pessoas à espera de um milagre. Filha de um pastor, Alani Santos virou a grande atração dos cultos do pai. Ela canta, abençoa os fiéis e os toca, o que provoca neles transes, gemidos e contorções. Alguns desmaiam.
Na tarde de quarta-feira, no templo da Igreja Pentecostal dos Milagres, perto do Centro de Alcântara, em São Gonçalo, 50 pessoas acompanham a pregação do ex-presidiário e agora pastor Adauto Santos, pai de Alani, na esperança de ver ou ser alvo de um ‘milagre’ da menina. Nos cultos, a pequena entoa cânticos. Depois, começa a abençoar quem precisa de uma graça. Serenamente, ela toca os fiéis e sopra seus rostos. Às vezes, grita palavras de ordem: “Ordeno que todo espírito maligno saia agora!!!”.
Adauto atribui à filha o dom da cura desde que ela era recém-nascida. “Aos 51 dias de vida, a mãozinha dela resvalou na barriga de uma mulher que tinha vários miomas. Depois disso, a barriga, que estava inchada, esvaziou-se como balão de gás, e os tumores desapareceram”, conta o pai, apressando-se em garantir que ele e a mulher, Sandra, nunca forçaram-na a participar dos cultos. “Ela é quem pede para vir à igreja e ajudar as pessoas”, retruca.
Sidney Galvão, 58 anos, morador de Itaboraí, se apresenta como prova dos supostos poderes de Alani. Em 2004, descobriu que sofria de cardiomiopatia, mal que faz o coração crescer demais e perder força para bombear o sangue para o corpo. Após três enfartes e cirurgia cardíaca, só andava de muletas, tinha insuficiência respiratória e tomava 20 comprimidos por dia.
Em 16 de maio, conheceu a menina-missionária. Logo depois, abandonou por conta própria remédios e ignorou ordem médica para nova cirurgia: “Vou operar pra quê? O médico está me esperando até hoje”.

PEDIDO PARA AJUDAR ESTRANHOS – Pais se assustaram com assédio
Segundo Adauto, a filha revelou ser diferente desde bebê. “Pessoas que a seguravam no colo começavam a chorar e a tremer, algumas desmaiavam, era intrigante. Nunca tinha visto nada parecido com alguém tão jovem”, relata.
Quando a menina tinha 1 ano e 10 meses, o casal Santos se assustou com a repercussão crescente dos milagres e resolveu afastar Alani da igreja. “Ela começou a ficar doente. Os médicos não descobriam o que era, mas ela não melhorava. Ela voltou aos cultos e tudo ficou bem”, relembra o pastor.
O pastor diz que a filha fica feliz em ajudar: “Se ela vê um deficiente físico na rua, pergunta se pode orar para ele ali mesmo”. Apesar do papel central nos cultos, até entrar em cena, Alani se comporta como qualquer criança de sua idade: durante a pregação do pai, não desgruda de enorme boneca.
VIVA VOZ
“Assim que ela começou a andar e a falar, passou a abençoar as pessoas nos cultos e a falar em outras línguas que nunca conheceu. Nunca vi nada parecido”
ADAUTO SANTOS, pastor, pai de Alani

Fonte: ODiaOnline.

Jornal argentino pede ajuda a Deus para ganhar do Brasil

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Conhecido pelas provocações aos times brasileiros, o jornal argentino Olé elogiou a Seleção Brasileira, que conquistou a Copa das Confederações na África do Sul. Os ‘Hermanos” enfrentam a equipe de Dunga, em setembro, em Buenos Aires, pelas Eliminatórias Sul-Americanas.
Nesta segunda-feira, a capa do diário argentino mostra a foto dos jogadores tupiniquins ajoelhados, em círculo e rezando, com a manchete: “Oremos”. O jornal ainda ressalta que a Seleção de Dunga não para de ganhar e finaliza com a frase: “Que Deus no ajude”.
A seleção da Argentina não está em um bom momento e ocupa apenas a quarta colocação das Eliminatórias da Copa do Mundo.
Fonte: Diário do Grande ABC.

Vale-tudo na Igreja Renascer em SP

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Dois, três, quatro rounds e, com o perdedor estirado na lona, o pastor Mazola encerra a primeira série de lutas e anuncia o início do culto.
É 1h da madrugada de sábado e o templo da Igreja Renascer em Cristo em Alphaville, na Grande São Paulo, abriga seu primeiro campeonato de vale-tudo, esporte de combate que mescla modalidades como boxe e caratê. “Queremos atrair mais jovens”, conta o bispo Leandro Miglioli, 33, de jeans e camiseta polo.
Sem álcool e cigarro, mas com a pancadaria tradicional do esporte, o festival reuniu frequentadores de academias da região para se enfrentarem no ringue colado ao altar. O público (bermuda, chinelo, tatuagem) vibrava.
O locutor do embate ficava no palco onde os pastores fazem as pregações. Na pausa para louvor no mesmo local, o pastor Mazola (cabeça raspada e camiseta regata de lutador) contou que já foi usuário de drogas e convocou os presentes a se converterem.
“Cerca de 60 jovens entregaram a vida para Jesus”, diz Miglioli, que cadastrou nomes e telefones dos convertidos.
Culto encerrado, a luta continua -até depois das 3h30, cinco horas após começar. Satisfeita, a igreja fará outro campeonato neste ano.
“Um ringue ao lado do altar é inusitado, mas não extraordinário entre evangélicos”, diz a antropóloga Clara Mafra, pesquisadora da religião. “Nos anos 1940, eles introduziram no Brasil guitarras em cultos. Nos anos 1950, a Assembleia de Deus fez concursos de miss entre as irmãs e não deu certo. A junção de sagrado e mundano causa estranheza, que pode ser ruim ou ter apelo como bom marketing religioso.”
Jiu-jitsu
Duas vezes por semana, o mesmo templo da Renascer fica aberto para treinos de jiu-jitsu. “Quem vem aprende esporte e larga os vícios do mundão”, diz Emerson Silva, 27, que se diz cético sobre as polêmicas envolvendo a igreja (prisão dos líderes por sonegação e críticas pela queda do teto de um templo que deixou nove mortos).
As lutas acontecem no fundo da igreja, após os cultos. “O primeiro foco é Deus, mas o esporte ajuda os jovens”, diz Filipe Farias, 18, frequentador também da igreja Bola de Neve, que adota sintonia com esporte –no caso, uma prancha de surfe sobre o púlpito.
Fonte: Folha Online.

Alice Cooper: “a princípio aceitei Deus por medo, não amor”

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ALICE COOPER diz que ama Deus, mas não quer se tornar um crente “celebridade”. O pai do Shock Rock, estilo musical onde as atitudes grotescas feitas no palco horrorizaram pais por mais de trinta anos, contou como o medo do inferno o virou para Deus. Ele, que cantava sobre necrofilia e picotava bonecas durante seus concertos, declarou que, apesar de continuar a gravar e fazer turnês teatrais com shows de horror, “minha vida é dedicada a seguir Cristo”.
Embora ele tenha se tornado um cristão nos anos 80, fora alguns pequenos comentários em algumas entrevistas, o cantor de 61 anos sempre foi resguardado em sua fé – até agora. Em uma entrevista franca com uma revista de música cristã, ele falou publicamente pela primeira vez sobre seu amor por Deus e a relutância em se tornar uma “celebridade cristã”.
Um líder das paradas com o hino adolescente “School’s Out”, Cooper foi creditado por pavimentar o caminho para alguns cantores ultrajantes como MARILYN MANSON. Mas ele afirma que suas obras nunca foram políticas ou religiosas e sempre tiveram “senso de humor”.
Ele contou à HM, The Hard Music Magazine, que sempre foi insultado, toda hora sendo acusado de ser satanista. Criado em uma casa cristã, ele ainda acreditava em Deus, apesar dele não ser comprometido. Isso mudou quando o alcoolismo ameaçou seu casamento. Ele e sua mulher, Sheryl, foram a uma igreja que tinha um pastor que falava sobre o inferno.
Cooper disse que se tornou um cristão “inicialmente mais por medo de Deus do que por amor a Ele… Eu não queria ir para o inferno”. Entrevistado na edição de março/abril da HM, Cooper via sua fé como “uma coisa em curso”. “Ser um cristão é algo em que você apenas progride. Você aprende, vai para seus estudos da Bíblia, você reza”, disse ele.
Ele tem evitado o posto de “celebridade cristã” pois “é realmente fácil se focar em ALICE COOPER e não em Cristo. Eu sou um cantor de rock, nada mais do que isso. Não sou um filósofo. Me considero abaixo no poleiro do conhecimento cristão, então, não procure respostas em mim”.
Apesar disso ele pôde conversar com outros na cena musical sobre sua fé. “Eu tinha um casal de amigos meus com quem conversei que disseram que eles tinham [aceitado Cristo]. Eu tenho conversado com algumas grandes estrelas sobre isso, alguns personagens horríveis… e você ficaria surpreso. Aqueles que você pensa que estão mais longe são os que estão mais aptos a ouvir”.
O texto completo (em inglês) pode ser visto neste local.

Louvores Inesquecíveis – Armando Filho – Quero Que Valorize

Letra
Quero que valorize o que você tem ,
Você é um ser, você é alguém,
Tão importante para deus.
Nada de ficar sofrendo angustia
E dor neste seu complexo inferior
Dizendo as vezes que não é ninguém,
Eu venho falar do valor que você tem,
Haaa, eu venho falar do valor que você tem.

Ele está em você, o espírito santo se move em você,
Até com gemidos inexprimíveis.
Aí você pode então perceber,
Que pra ele há algo importante em você,
Por isso,
Levante e cante, exalte ao senhor.

Você tem valor, o espírito santo se move em você (3x).

Faz um Milagre em Mim”: católicos se rendem e música gospel vira novo hit

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Hit gospel do momento já virou pagode, sertanejo, funk e tecno. “Faz um Milagre em Mim”, gravada por Regis Danese, tocou até na última Parada Gay de São Paulo. O maior nome da Igreja Católica no Brasil, padre Marcelo Rossi, puxa o coro em músicas como “Faz um Milagre em Mim”, “Deus do Impossível” e “Fico Feliz”, todos sucessos de cantores evangélicos.
Os católicos já perceberam a diferença e, aos poucos, estão se acostumando ao estilo gospel de música. Já foi o tempo em que as canções “Maria de Nazaré” e “Segura na Mão de Deus” eram os únicos sucessos nas missas. Hoje, os hits cantados nas celebrações são compostos por autores evangélicos, sem preconceito.
O maior nome da Igreja Católica no Brasil, padre Marcelo Rossi, é assíduo do “canto de louvor”. Ele puxa o coro em músicas como “Faz um Milagre em Mim”, “Deus do Impossível” e “Fico Feliz”, todos sucessos de cantores evangélicos. O povo acompanhava entusiasmado, em voz e gestos, a celebração realizada na última quinta-feira, no santuário Mãe de Deus, em Interlagos (zona sul de SP), para mais de 6.000 pessoas.
O estilo musical da “concorrência” começou a ganhar força nas igrejas com o crescimento do movimento carismático, ocorrido nos anos 90. Até então, a troca de canções entre as duas religiões era quase imperceptível. Entre os evangélicos, apenas o padre Zezinho –primeiro religioso cantor do país– era aceito. A “Oração da Família”, composta e gravada por ele, é considerada letra universal.
Unificação
Atualmente, os estilos caminham para a unificação, segundo os próprios religiosos. “Hoje está acontecendo o uso comum das músicas porque as letras deixaram de fazer apologia a uma determinada religião e passaram a se voltar à mensagem do evangelho”, afirma o padre Juarez de Castro, secretário de comunicação da Arquidiocese de São Paulo. As letras não citam mais termos religiosos típicos das missas –como a eucaristia, por exemplo.
Para Rodrigo Plaça, cantor católico, a adesão ao gospel acontece porque a base musical evangélica é melhor, quase lírica. “A música deles é de louvor, de entrega. Quando escutam, as pessoas entram em uma espécie de transe, ficam emocionadas e colocam suas emoções para fora. Os católicos perceberam esse sucesso e foram atrás”, afirma.
A democracia musical tem base bíblica, segundo o casal de empresários Ricardo Rodrigues, 47 anos, e Silvia Amaro, 44. “Somos todos cristãos. A única diferença é que eles [evangélicos] não têm o costume de louvar Maria como a mãe de Deus”, afirma Rodrigues. A aceitação tem sido tão grande que, na porta do santuário do padre Marcelo, por exemplo, as barraquinhas de ambulantes comercializam também os CDs de gospel.
Sucesso religioso tocou até na última Parada Gay
O hit gospel do momento já virou pagode, sertanejo, funk e tecno. “Faz um Milagre em Mim”, gravada por Regis Danese, tocou até na última Parada Gay de São Paulo, realizada no dia 14 passado, em versão remixada. O sucesso, segundo o cantor, é atribuído ao desejo das pessoas por mudança. “A música toca no coração. Quem não quer viver um milagre?”, pergunta.
Para Danese, o milagre também foi financeiro. O cantor vendeu 1 milhão de cópias com o CD “Compromisso”, que tem a canção gravada. “Deus falou comigo. Ele avisou que a música teria impacto.”
A comerciante Maria Conceição Cerqueira, 60 anos, também comemora. Ela tem uma barraca próxima ao santuário do padre Marcelo Rossi e lucra vendendo CDs das duas religiões. “As músicas do Regis estão entre as mais procuradas. Disputam com as canções do padre Fábio de Melo e do irmão Lázaro, que são outros sucessos do momento. Os católicos gostam, só reclamam quando a música exagera no testemunho. Os evangélicos falam muito durante as músicas”, diz a vendedora.
Para amenizar as diferenças e agradar a todos os gostos, os padres católicos regravam as músicas evangélicas com novos arranjos. “Assim não dá para ver quase diferença”, completa a vendedora. Os CDs dos religiosos “famosos” são facilmente encontrados. Na porta do santuário, uma cópia falsificada sai por R$ 5.
Fonte: Jornal Dia Dia e São Paulo Agora.