A popularidade das redes sociais é notória e cada vez mais relevante em nossos dias. Segundo o Instituto Nielsen Online, 80% dos internautas brasileiros utilizam a ferramenta, que hoje, é mais popular que os e-mails e ocupa a maior parte do tempo de navegação dos usuários na web. Atendendo a esta crescente demanda, a Igreja Universal do Reino de Deus lançou nesta quarta-feira (20) sua rede social, a Comunidade Universal. Um espaço aberto que promove de maneira eficaz e agradável o diálogo entre membros da IURD, que possuem um leque de opções para criar esta interação. Além de fotos, vídeos e fóruns, a Rede permite que cada membro crie seu próprio blog e poste eventos que são exibidos na página principal, além de fomentar a participação em tempo real dos convidados com um chat. Os idealizadores destacam que a nova rede social é a melhor opção para os que desejam interagir em um ambiente espiritual e moderado sem perder a agradável maneira de se relacionar na web. O endereço é http://comunidade.arcauniversal.com
Uma pesquisa realizada por alunos de biomedicina da Faculdade Maurício de Nassau, em Recife,
revelou que 48,7% das pessoas acreditam mais na fé em Deus para alcançar a saúde contra 6,7% que creem mais nos médicos. Em entrevista, médica diz que não acredita em milagres.
Você acredita mais na fé em Deus ou na medicina para a cura de uma doença grave? A pergunta foi feita a 818 recifenses e a resposta da maioria deles surpreendeu os autores da pesquisa Saúde, Vida e Valores, realizada por alunos de biomedicina da Faculdade Maurício de Nassau. O estudo revelou que 48,7% das pessoas acreditam mais na fé em Deus para alcançar a saúde contra 6,7% que creem mais nos médicos. Outros 44,4% citaram que confiam na fé em Deus e na medicina ao mesmo tempo para se curarem. O levantamento traz também a opinião do recifense sobre outros temas polêmicos, como transplante de órgãos e tecidos, doação de sangue, eutanásia e pesquisas com células-tronco.
A explicação para tanta fé pode estar no início da própria humanidade. Isso porque, desde tempos remotos o homem sempre teve natureza religiosa, buscando se relacionar com o que não podia explicar, ou seja, com as divindades. “As pessoas têm necessidade de transcenderem a existência. Hoje nos deparamos, por exemplo, com o Crescimento do número de evangélicos no país, considerado um dos mais religiosos do mundo. A vertente neopentecostal, inclusive, onde se insere a Universal do Reino de Deus, baseia-se na tríade cura, exorcismo e prosperidade”, ressalta Karla Patriota, doutora e pesquisadora na área de religião pela Universidade Federal de Pernambuco. Ela lembra as sessões de cura levadas à frente por pastores neopentecostais dentro dos templos.
Na opinião da coordenadora do curso de biomedicina e da pesquisa, Edilene Dellalibera, a resposta da maioria pode soar preocupante se vista sob outro ponto de vista. “Será que a pessoa que só tem a opção de um transplante de órgão para sobreviver, por exemplo, tem pouca fé em Deus ou está recebendo um castigo?”, questiona. A coordenadora defende que a ideia deveria ser outra. “Pela fé, as doações de órgãos deveriam ser feitas para garantir a sobrevivência do semelhante por mais tempo. Isso também é fé, acreditar que a vida continua”, destaca.
Doação – Outro questionamento feito aos entrevistados foi sobre a doação de sangue. Nesse caso, a maioria (95%) disse ser a favor do ato. No entanto, quando perguntados se já haviam doado sangue, 59,5% disseram não, em uma clara contradição. Na opinião da coordenadora da pesquisa, Edilene Dellalibera, já que as pessoas se dizem dispostas, o que falta é incentivo à doação. “Por que as instituições públicas estão sempre precisando de doadores? O que motiva as pessoas a doarem sangue?”, questiona. O mesmo tipo de resposta surge no quesito doação de órgãos e tecidos, quando 84% dos entrevistados se dizem favoráveis a esse ato, mas 54% não querem doar. “Será que eles pensam: sou a favor, mas o outro que doe?”, completou.
O levantamento aponta também o que o recifense pensa sobre pesquisas com células-tronco: a maioria (51,8%) é favorável, mas 19,3% aprovam apenas com células embrionárias. Nesse caso, os 20,4% que optaram por não responder podem representar até mesmo a falta de conhecimento sobre o assunto, na opinião dos autores do estudo. Quanto à eutanásia, a maioria (41,7%) ainda diz ser contra o ato.
A pesquisa foi coletada nos últimos dias 4 e 5 de maio e tem um nível estimado de 95% de confiança. A margem de erro é de 3,5 pontos percentuais para mais ou para menos. A maioria entrevistada tem grau de instrução médio completo, recebe de um a dois salários mínimos (R$ 465 a R$ 930) e pertence à classe C.
Uma cura pelas bênçãos-de-Deus
A dona de casa Edite de Andrade Lima, 65 anos, ainda chora quando lembra do diagnóstico médico que teria recebido há oito anos. Contou que na época sentiu-se condenada à morte pelo anúncio do câncer no intestino e por isso tentou o suicídio por duas vezes. Ex-frequentadora de uma igreja evangélica, Edite preferiu entregar-se à doença e à depressão, do que iniciar um tratamento contra algo que acreditava ser incurável. “Naquele ano, até a mulher do rei Roberto Carlos tinha morrido desse mal e como então eu iria sobreviver?”, pensou.
Cólicas fortes e sangramentos eram alguns dos sintomas que mais incomodavam a dona de casa. “Um dia, decidi ir para a oração que sempre acontecia na Igreja Batista Missionária. Lá, comecei a sentir fortes dores na barriga e fui desfalecendo. Era como se estivessem arrancando algo de dentro de mim. Fechei os olhos e vi uma claridade forte. Quando abri, vi uma luz amarela que não saiu mais do meu coração”, lembrou. Segundo Edite, a melhora aconteceu no dia seguinte e 15 dias depois afilha teria confirmado a cura através da constatação de um pastor durante uma oração.
Pouco mais de um mês do primeiro diagnóstico, Edite voltou para um outro médico. Lá teria ficado sabendo que tinha apenas uma gastrite. “O médico viu somente uma cicatriz no meu intestino”, contou. A dona de casa acredita que foi um milagre. Em nenhum momento pensou em um possível diagnóstico errado. “Deus é o médico dos médicos. Se tenho um médico como esse, vou temer o quê? Ele também já salvou meu marido da morte duas vezes, quando não deixou que fosse para a mesa de cirurgia para operar o coração”, disse, confiante.
O papa Bento XVI conclamou hoje os jovens católicos a usarem a rede mundial de computadores para propagar as mensagens da Igreja. O pontífice promoveu o uso da internet como meio de difusão do evangelho em um pronunciamento a cerca de 20 mil peregrinos durante audiência pública semanal no Vaticano. Bento XVI observou que a internet promoveu mudanças na forma como são distribuídas as notícias, assim como no estabelecimento dos contatos entre as pessoas. Ele pediu aos jovens que aproveitem o potencial da rede para construir um mundo melhor mediante laços de amizade e solidariedade. O Vaticano tem atualizado constantemente sua presença na internet. Este ano, o papa inaugurou seu próprio canal no YouTube.
A religião evangélica é a que mais vem crescendo entre os brasileiros – segundo uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, no começo dos anos 2000, o número de fiéis no país quase dobrou em relação à década anterior. Entre os convertidos, é claro, muitos são famosos. Não são raras as notícias de que uma celebridade “aceitou Jesus” e se tornou protestante.
Quando o assunto é converter celebridades, a igreja Bola de Neve é campeã. Freqüentada por jovens, em sua maioria, e usando o surf como alavanca, ela trouxe para seu rebanho artistas como Alexandre Frota, Regininha Poltergeist, Rodolfo e Monique Evans – alguns destes até conseguiram conciliar a carreira no mundo erótico com a religião.
Alguns não se contentaram em ficar na platéia e até se lançaram como estrelas do mundo evangélico, como Baby do Brasil e Mara Maravilha.
Veja a lista de famosos que “aceitaram Jesus”:
Baby do Brasil
Antiga Baby Consuelo, não só virou evangélica como abriu uma igreja. A sede do Ministério do Espírito Santo de Deus em Nome do Senhor Jesus Cristo ficava em Botafogo, no prédio onde a cantora tinha montado uma gravadora.
Ela cantora chegou ao Protestantismo após circular por várias religiões. Baby prometia protagonizar curas e até reverter homossexualidade em seus cultos.
Rodolfo
Vocalista de uma das maiores bandas de rock dos anos 90, o Raimundos, Rodolfo se converteu ao Protestantismo e deixou seus companheiros. A banda, que ainda curtia a repercussão de sucessos como A Mais Pedida, Me lambe e Mulher de Fases, perdeu o líder, que começou a freqüentar a Bola de Neve.
Ele se converteu por influência da mulher, que fazia cultos evangélicos na sua casa.
Rodolfo voltou aos palcos com bandas gospel, cantando um “rock do senhor”, mas não emplacou muitos sucessos.
Mara Maravilha
Mara, desde pequena, apresenta programas para crianças. Porém, a vida da cantora e apresentadora não era perfeita e foi em um momento de angústia e problemas de saúde que ela “conheceu Jesus”.
Mara, segundo ela mesma conta, estava doente e, atrás de um alívio, foi à igreja. “Tudo o que o pastor falava coincidia com a minha vida”, disse, na época, em seu site pessoal.
Hoje, Mara é famosa cantora gospel e já gravou muitos CDs “para Jesus”.
Monique Evans
Monique Evans foi, por muito tempo, a apresentadora do programa erótico Noite Afora, da Rede TV!. O trabalho virou problema, porém, quando ela teve que levá-lo em paralelo com a igreja preferida dos famosos, Bola de Neve.
Em um culto, ela anunciou aos fiéis presentes que estava deixando o programa.
Gretchen
A dançarina Gretchen sempre explorou seu corpo para fazer sucesso. A rainha do rebolado, porém, em certa altura de sua vida, encontrou Jesus. Ela andou nos trilhos nos primeiros anos, mas depois, ainda na igreja, posou nua duas vezes – em uma delas, estava grávida – e fez filme pornô
Regininha Poltergeist
Regininha despontou para fama fazendo o papel de uma santa que curava as pessoas por intermédio do sexo na peça Santa Clara Poltergeist. Após isso, fez vários ensaios sem roupa, um programa erótico, o Puro Êxtase, e alguns filmes pornôs. Mas, no começo de 2009, a Bola de Neve mostrou o caminho para Regininha, que agora é evangélica.
Alexandre Frota
Frota começou a carreira como ator de novelas do Globo na metade dos anos 80. Anos se passaram, até que ele fez seu primeiro ensaio erótico com outro homem e vestido de marinheiro, então um filme pornô, depois um filme com travesti e por aí vai. Depois de incontáveis obras pornográficas, como Invadindo a Retaguarda, ele diz ter se despedido do ramo com A Última F**a de Frota no Pornô e virou seguidor da Bola de Neve.
Xanddy e Carla Perez
Xanddy e Carla Perez ficaram famosos e se conheceram por intermédio do axé. Casados, eles começaram a freqüentar a igreja juntos, em 2006, em Salvador. O casal se aproximou da religião quando o cantor foi convidado para participar da gravação de um DVD de uma cantora gospel.
Marcelinho Carioca
Marcelinho Carioca começou nas categorias de base do Flamengo, mas atingiu a fama no Corinthians. O jogador, no meio de sua carreira, descobriu a palavra do senhor e, a partir daí, é evangélico fervoroso.
O atleta até tentou levar paralelamente a carreira de futebolista e a de cantor gospel, mas acabou desistindo da música no meio do caminho.
A lista de horrores já soa, a esta altura, familiar. Meninas proibidas de ir à escola e condenadas ao analfabetismo. Mulheres impedidas de trabalhar e de andar pelas ruas sozinhas. Milhares de viúvas que, sem poder ganhar seu sustento, dependem de esmolas ou simplesmente passam fome. Mulheres com os dedos decepados por pintar as unhas. Casadas, solteiras, velhas ou moças que sejam suspeitas de transgressões – e tudo o que compõe a vida normal é visto como transgressão – são espancadas ou executadas. E por toda parte aquelas imagens que já se tornaram um símbolo: grupos de figuras idênticas, sem forma e sem rosto, cobertas da cabeça aos pés nas suas túnicas – as burqas. Quando o Afeganistão entrou no noticiário por aninhar os terroristas que bombardearam o World Trade Center e o Pentágono, essas cenas de mulheres tratadas como animais voltaram a espantar o Ocidente. Elas vivem em regime de submissão absoluta há muito tempo, mas a situação ficou ainda pior desde que a milícia Talibã tomou o poder no país, em 1996.
O cenário de Idade Média não é uma prerrogativa afegã. Trata-se de uma avenida permanentemente aberta aos regimes islâmicos que desejem interpretar os ensinamentos do Corão a ferro e fogo. A isso se dá o nome de fundamentalismo. Há países de islamismo mais flexível, como o Egito, e outros de um rigor extremo, como a Arábia Saudita e, principalmente, o Afeganistão. Para o pensamento ortodoxo muçulmano, a mulher vale menos do que o homem, explica Leila Ahmed, especialista em estudos da mulher e do Oriente Próximo da Universidade de Massachusetts, nos Estados Unidos. “Um ‘infiel’ pode se converter e se livrar da inferioridade que o separa dos ‘fiéis’. Já a inferioridade da mulher é imutável”, escreveu Leila num ensaio sobre o tema, em 1992.
Por trás dessa situação há uma ironia trágica. A exclusão feminina não está presente nas fundações do islamismo, mas apenas no edifício que se erigiu sobre elas. O Corão,livro sagrado dos muçulmanos, contém versículos dedicados a deixar claro que, aos olhos de Alá, homens e mulheres são iguais. O mais importante deles é o que está reproduzido nesta página. Ele mostra que Deus espera a mesma fidelidade de ambos os sexos, e que a premiará de forma idêntica. Segundo o dogma islâmico, o Corão é o conjunto de revelações que o profeta Maomé recebeu diretamente de Deus, no século VII. É o mandamento divino, e não uma interpretação qualquer de Sua vontade. Como se explica, então, que idéias tão avançadas tenham se perdido, para dar lugar a Estados religiosos em que as mulheres têm de viver trancafiadas e cobertas por véus, em pleno século XXI? As respostas têm de ser buscadas muito longe, no próprio nascimento do Islã.
Quando tinha 25 anos, Maomé se casou com Khadidja, uma viúva rica que o empregara para supervisionar sua caravana de comércio entre a cidade de Meca, na atual Arábia Saudita, e a Síria. A própria Khadidja, de 40 anos, propôs as núpcias, num arranjo que não era assim tão incomum. Naquela época, a Arábia era uma das poucas regiões do Oriente Médio em que o casamento comandado pelo marido ainda convivia com outros tipos de união. Acredita-se que havia até mulheres que tinham vários maridos – e muitas viviam com considerável autonomia pessoal e financeira. Era o caso de Khadidja, uma negociante experiente. Alguns anos depois de seu casamento, Maomé começou a receber o que seriam revelações de Deus. Julgando-se louco, procurou o conselho da esposa. Ela dispersou suas dúvidas e, para provar sua confiança no marido, converteu-se à nova religião. O primeiro muçulmano foi, assim, uma mulher. Quando Khadidja morreu, Maomé entrou em vários casamentos simultâneos. A mais célebre de suas esposas é Aisha, que tinha 9 anos na ocasião das bodas. Segundo alguns relatos, ela brincava no quintal quando foi chamada para dentro de casa. Lá, encontrou o noivo e foi posta sobre seus joelhos. Os pais da menina se retiraram, e o casamento teria se consumado ali, na casa paterna.
Aisha é uma figura central nesses primeiros anos do Islã (cujo calendário começa a ser contado no ano 622 da era cristã). Inteligente, articulada e dona de uma memória prodigiosa, ela foi a mais querida e respeitada das mulheres do profeta – embora todas partilhassem de seus ensinamentos e apoiassem ativamente sua causa. Eram, aliás, tão assediadas por pessoas em busca de favores e influência que talvez por isso tenham sido as primeiras muçulmanas (e, por algum tempo, as únicas) a usar véu e ficar recolhidas em casa – e, ainda assim, só nos últimos anos da vida de Maomé. Aisha tinha 18 anos quando Maomé morreu. Nas quase cinco décadas seguintes de sua vida, ela foi inúmeras vezes consultada em pontos importantes da religião, da política e também da conduta do profeta. Isso porque Maomé legou aos muçulmanos o Corão, que é quase um tratado ético, mas não teve tempo de regulamentar todos os princípios que deveriam reger o cotidiano dos convertidos. Quando vivo, podia ser consultado a qualquer momento. Depois de sua morte, tornou-se tarefa de seus seguidores próximos transferir da memória para a escrita as palavras e ações do profeta. A intenção era que o conjunto servisse de guia aos fiéis. Esses “ditados” são os Hadith. Juntos, eles compõem a tradição maior, a Sunna. Com as complicações surgidas por causa da sucessão de Maomé, os Hadith tornaram-se uma ferramenta crucial. Não era difícil que alguém sacasse um deles para resolver um impasse. E, é claro, não demorou para que muitos fossem forjados. Cerca de 200 anos depois da morte do profeta, um respeitado historiador do islamismo, al-Bukhari, contou 7 275 Hadith genuínos, contra quase 600.000 inventados. Mesmo os tidos como verdadeiros merecem algum escrutínio, argumentam estudiosos como a marroquina Fatima Mernissi.
Fatima investigou a origem dos Hadith que são as pedras angulares para justificar a inferioridade feminina no Islã. Um deles é o que compara as mulheres aos cães e jumentos na sua capacidade de perturbar a oração. Fatima concluiu que o narrador desse Hadith, Abu Hurayra, era um homem com sérios problemas de identidade sexual e um feroz opositor de Aisha, que amiúde o repreendia em público por sua mania de inventar Hadith. Nessa ocasião, ela corrigiu Hurayra, dizendo que o profeta costumava rezar perto de suas mulheres sem nenhum medo de que elas o atrapalhassem. Mas sua versão não passou à história. Outro Hadith que todo muçulmano sabe de cor é o que diz que “aqueles que confiam seus negócios a uma mulher nunca conhecerão a prosperidade”. Segundo Fatima Mernissi, o surgimento desseHadith é ainda mais misterioso. Abu Bakra, seu narrador, lembrou dessa frase do profeta (e pela primeira vez) mais de vinte anos depois de supostamente ela ter sido dita. Curiosamente, veio-lhe à memória (assim ele afirmou) no momento em que Aisha sofreu sua grande derrocada. A viúva do profeta virou o centro de uma crise quando, ao suspeitar de um golpe, pegou em armas para intervir numa das etapas da sucessão de Maomé. Na batalha que se seguiu, perdeu 13.000 de seus soldados e saiu derrotada, em vários sentidos. Foi, primeiro, criticada por ter se exposto de uma maneira inconveniente a uma mulher. E, com a perda de prestígio, teve muitos de seus comentários e correções sobre importantes Hadith suprimidos ou ignorados – como no caso daquele que fala dos cães e jumentos. Esses são só alguns exemplos de como a voz feminina, tão valorizada nos primórdios do Islã, começou a se silenciar.
A pesquisadora Leila Ahmed tem mais explicações para a opressão das mulheres no Islã. Os muçulmanos, diz ela, costumavam manter os hábitos das regiões onde se firmavam, desde que esses estivessem em sintonia com seu pensamento. O restante era descartado. Na Arábia, por exemplo, eliminaram as outras formas de casamento para que prevalecesse apenas o patriarcal. Quando conquistaram a região que hoje abarca o Irã e o Iraque, assimilaram a prática de formar haréns, o uso disseminado do véu para as mulheres e, principalmente, os mecanismos de repressão feminina que eram uma característica marcante dos povos locais. Foi nesse ambiente altamente misógino que, nos séculos seguintes, o direito islâmico foi elaborado. Separado em escolas que diferem em vários pontos, mas se apresentam como sendo timbres diversos de uma só voz, esse direito é dado como absoluto e imutável. Seus princípios não podem ser questionados nem relativizados à luz de traços culturais. Por isso são, até hoje, um instrumento útil para calar as mulheres em países nos quais vigora o regime teocrático. Um dado complicador é que as muçulmanas têm até hoje um conhecimento muito vago da lei divina. Aderem ao fundamentalismo atraídas pelos ideais de pureza da religião e, quando ele é instaurado, são surpreendidas por seus rigores – a exemplo do que ocorreu no Irã dos aiatolás.
Não é pequena a importância de estudos históricos como os de Leila Ahmed e Fatima Mernissi. Eles ajudam a demonstrar que a liberdade feminina não equivale à ocidentalização e à aculturação – ou, em outras palavras, à traição do Islã. Pelo contrário: é possível ser, ao mesmo tempo, uma muçulmana livre e uma muçulmana fiel. Se a democracia chegou para as mulheres que vivem sob a égide da civilização judaico-cristã, que também não é lá muito célebre por sua visão feminista do mundo, não há por que ela não possa ser almejada pelas muçulmanas que se orgulham de sua religião. Em tempo: um dia, um seguidor de Maomé lhe indagou qual a pessoa que ele mais amava no mundo. “Aisha, minha mulher”, respondeu o profeta. Irritado com uma resposta assim, no feminino, o curioso insistiu: “E qual o homem que o senhor mais ama?”. Maomé não hesitou. “Abu Bakr. Porque ele é o pai de Aisha.”
A igualdade no Corão
“Os submissos e as submissas, os crentes e as crentes, os homens obedientes e as mulheres obedientes, os homens leais e as mulheres leais, os homens perseverantes e as mulheres perseverantes, os homens humildes e as mulheres humildes, os homens caridosos e as mulheres caridosas, os homens que jejuam e as mulheres que jejuam, os homens castos e as mulheres castas, os homens que invocam a Deus com freqüência e as mulheres que invocam a Deus com freqüência – para todos eles, Deus preparou a indulgência e grandes recompensas.” (Sura 33:35)
DEVERES E PUNIÇÕES
Como a lei limitou a vida das muçulmanas no Irã, país quase “liberal” perto do Afeganistão dominado pelo Talibã
Em público, as mulheres devem cobrir-se dos pés à cabeça, sob pena dechibata ou prisão. O rosto pode ficar à mostra
Não podem participar de atividades sociais com homens solteiros ou que não sejam parentes
Em edifícios públicos, usam entradas separadas das dos homens
Só podem viajar com autorização expressa do marido
Precisam de permissão do pai ou de outro homem responsável para se casar
Podem praticar alguns esportes, como futebol ou tênis, desde que vestidas com o xador, e nunca na presença de homens
Estão sujeitas ao apedrejamento em caso de adultério
Se doentes, têm de ser atendidas por outras mulheres
Mulheres divorciadas raramente ficam com os filhos
O pastor Mário Rodrigues Lopes disse, na tribuna da Câmara Municipal de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, que vendeu o prédio onde funcionava a igreja Assembleia de Deus para quitar uma dívida de quase R$ 7 mil cobrados pela distribuidora de energia Ampla.
Moradores de vários bairros de Duque de Caxias ocuparam ontem a tribuna da Câmara Municipal, durante audiência pública que tratou dos valores cobrados pela distribuidora de energia Ampla.
O caso que mais chamou atenção foi o do pastor Mário Rodrigues Lopes, 68 anos, morador de Santa Cruz da Serra. Ele alegou que, para quitar uma dívida de quase R$ 7 mil, teve que vender, semana passada, o prédio onde funcionava a igreja Assembleia de Deus Nova Canaã.
“Depois da implantação do novo sistema de chip, o valor da conta pulou para mais de R$ 600. A única alternativa foi vender o prédio. Recebi um adiantamento, com o qual quitei as contas atrasadas. Agora vou esperar até encontrar outro local para reinstalar a igreja”, reclamou o pastor, que reúne cerca de 40 fiéis.
A audiência colheu informações e documentos que darão embasamento para uma nova audiência pública, que será realizada dia 25, às 9h, com representantes da Ampla.
A Câmara convocou, por ofício, representantes técnicos da distribuidora. Na ocasião será apresentado o relatório final do deputado estadual Paulo Ramos, ex-relator e líder da CPI da Ampla, na Alerj.
O presidente da Câmara de Caxias, Dalmar Lírio Mazinho, destacou que os poderes Legislativo e Executivo estão empenhados em resolver o problema.
Dan e Sara até já deram apelido para o salgadinho: ‘cheesus’.
‘Parece ser uma pessoa orando’, disse Sara ao achar a figura.
O casal norte-americano Dan e Sara Bell, de Dallas, no estado do Texas (EUA), diz que encontrou um salgadinho em um pacote de cheetos que parece a imagem de Jesus Cristo, segundo reportagem da emissora americana “CBS 11”.
Dan e Sara até já deram um apelido para a figura: “cheesus”.
Sara contou à CBS que estava comendo os salgadinhos quando encontrou a estranha figura. “Oh, meu Deus, olha isso. Parece ser uma pessoa orando”, afirmou ela.
Ao ser chamado atenção pela mulher, Dan disse que a figura lembrava Jesus rezando. Ele contou ainda que sua primeira reação foi: “Vamos colocar isso no eBay [site de leilões]. Quanto você acha que podemos pedir por ele?”, questionou Dan.
No entanto o casal descobriu que outros “cheesus” já foram encontrados em pacotes de cheetos. Segundo a CBS, a figura já foi encontrada em Houston, também no Texas, e no estado do Missouri.
Cineasta vinha há anos tentando conseguir os direitos para levar a vida do líder civil aos cinemas. O pastor protestante e ativista civil Martin Luther King Jr. ganhará cinebiografia com produção da DreamWorks, de Steven Spielberg, informou o site da revista Variety. Por anos, o cineasta norte-americano vinha tentando conseguir autorização para filmar a obra. A demora se deve porque o líder civil registrou os direitos autorais de seus discursos, livros e obras. A produção é a primeira autorizada pelos herdeiros de King – o que dará à equipe de Spielberg o direito de usar toda a propriedade intelectual do cinebiografado, inclusive o famoso discurso "Eu tive um sonho", proferido em ato no Lincoln Memorial, Washington D.C., em 28 de agosto de 1963. O pastor foi assassinado cinco anos depois, aos 39 anos, em Memphis. "Estamos todos honrados da oportunidade nos dada pelos herdeiros de King para contar a história destes eventos definitivos, históricos", disse Spielberg. "É nossa esperança de que o poder criativo do cinema e o impacto da vida do dr. King possam ser combinados para apresentar uma história de poder inegável, da qual possamos nos orgulhar." Dexter Scott King, filho de Martin, é CEO do patrimônio de seu pai e estava engajado em uma luta judicial contra seus irmãos Bernice King e Martin Luther King III. O alvo da dispura era a papelada da mãe, Coretta Scott King, mulher do líder civil e morta em 2006 – grande parte do material que será usado pela produtora de Spielberg vem justamente daí. King foi a pessoa mais nova a receber o prêmio Nobel – no caso, o da Paz, em 1964, por conta de seu trabalho para dar um ponto final à segregação racial nos EUA. Stacey Snider, sócio de Spielberg na DreamWorks, explicou por que o momento é propício a uma cinebio do ativista. "Ao tentar emplacar um projeto tão ambicioso, a questão que devemos nos fazer é: ‘Por que agora?’. A resposta está nas próprias palavras de Martin Luther King: ‘Todo progresso é precário’. (…) Nunca devemos esquecer que sua vida e seus ensinamentos continuarão a nos desafiar todo dia a se levantar contra o ódio e a desigualdade." Por ora, nenhum diretor ou elenco foram associados à produção, que também não tem previsão para começar as filmagens.