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Câmara paga passagens para artistas gospel

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A cota de passagens aéreas do deputado licenciado Robson Rodovalho (DEM-DF) foi usada para trazer a Brasília duas das principais atrações de um show evangélico apoiado por sua igreja, a Comunidade Evangélica Sara Nossa Terra. A Câmara pagou passagem para oito integrantes da banda de banda de rock cristão Oficina G3 e o rapper DJ Alpiste.
Eles voaram de São Paulo até a capital federal para participar da segunda edição do “Desperta, Brasília”, promovido no dia 31 de agosto de 2007, no estacionamento do Ginásio Nilson Nelson, em Brasília. Para assistir ao evento, cada pessoa pagou R$10 ou entregou um quilo de alimento, que foi distribuído a famílias carentes, segundo o organizador do show, Gleison Willy, membro da igreja de Rodovalho.

Deputado diz que tudo foi legal, mas que devolverá dinheiro

No evento, o Oficina G3 lançou seu cd “Eletrakustica”. O deslocamento do grupo de São Paulo para Brasília foi feito com a cota de Rodovalho. O voo JJ 3722 saiu de Congonhas às 9h07 de sexta-feira. Às 9h10 de sábado, 1º de setembro, a banda de rock voltou para São Paulo, no voo JJ 3701.

Estavam no avião o guitarrista e fundador do Oficina G3, Juninho Afram, o baixista Duca Tambasco, o tecladista Jean Carllos, o baterista Celso Machado, empresário Ivan Miranda, o técnico de som Ivo Sakihara, o assistente Ednaldo Santos e o iluminador José Fernandez.

O rapper evangélico DJ Alpiste também voou de São Paulo à capital federal para participar do “Desperta, Brasília” em 2007. O voo da TAM JJ 3464, saiu na sexta-feira, às 8h30 da capital paulista. DJ Alpiste voltou a São Paulo no dia seguinte, sábado, no voo JJ 3719, que partiu às 5h50 de Brasília.

O rapper e o empresário da banda de rock, Ivan Miranda, disseram desconhecer que a passagem tinha origem em verba da Câmara dos Deputados. “Não tinha conhecimento de serem bilhetes de cota parlamentar, pois eu trato o evento diretamente com o produtor da cidade e ele providencia o envio das passagens aéreas, vaucher de hotel, etc”, disse o empresário, em nota.

Alpiste disse que seus contratos só preveem cachê, transporte, alimentação e estadia. “A pessoa tem que me mandar o PTA, o código da passagem paga e só”, explica o cantor de rap, que atualmente cobra R$ 5 mil de cachê para tocar em eventos. O rapper se lembra de ter conversado com Rodovalho nos bastidores do show, mas ressalta que o parlamentar não subiu ao palco.

Cantores e pastores

Além do Oficina G3 e do DJ Alpiste, diversos outros músicos e pastores voaram com a cota aérea de Rodovalho. Alda Célia Cavagnaro, cantora e compositora de diversas canções nacionalmente conhecidas por evangélicos, viajou do Rio de Janeiro para Brasília. O voo JJ 3822 da TAM partiu às 10h22 de 17 de julho de 2007.

Pastora da Sara Nossa Terra no Rio, Alda Célia é um dos expoentes da música cristã brasileira. O álbum “Voar como a águia”, de 2002, rendeu a ela um disco de ouro, depois de vender mais de 100 mil cópias.

A assessoria da cantora afirma desconhecer o motivo do voo, porque ela faz muitas viagens pelo Brasil. Ainda de acordo com a assessoria da cantora, ela ignorava a origem da passagem.

A cantora Heloísa Rosa participou de um culto dirigido pelo bispo e deputado Rodovalho, no dia 9 de setembro de 2007, em Brasília. Com um bilhete aéreo emitido em 3 de setembro de 2007, a cantora e o marido, Marcos Groubert, viajaram de São Paulo para Brasília, com a cota de Rodovalho. A assessoria da cantora diz que ela desconhecia a origem da passagem.

O Congresso em Foco identificou ainda outras três cantoras e cinco religiosos na lista de passageiros do deputado. Todos os que foram localizados informaram desconhecer que suas viagens foram pagas pela Câmara.

Fonte: Congresso em Foco

Eu não culpo o Régis Danese

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Eu não culpo o Régis Danese. Nem tão pouco os cantores “gospel”. Penso que de certa forma eles são fruto de um sistema, são apenas a ponta do “iceberg”. O buraco é mais embaixo.


Desde que alguém descobriu que gravar músicas cristãs, evangélicas, gospel (ou chame como quiser) dava muito dinheiro, a coisa toda se perdeu. Criou-se um mercado que para sobreviver precisa de lucros, e isso a qualquer custo. Não precisa ser cristão. Não precisa crer no que se canta. Não precisa ter compromisso. E, pasmem, nem sequer precisa cantar bem! Precisa apenas dizer as palavras certas no momento certo, na igreja ou convenção certa e pronto! Os cd´s e dvd´s vão sendo vendido ás turras e a conta bancária vai engordando. Mas onde começa tudo isso?

Começa na cabeça dos pastores desse pessoal. Começa na liderança da Igreja onde eles congregam. Sim, porque conceitos são ensinados e absorvidos, não caem do céu. Esse pessoal é estimulado a ser “cantor” do Senhor, e colocam na cabeça deles que o sonho maior a ser conquistado é gravar o cd/dvd, e assim será mais fácil “conquistar o Brasil”. Esses líderes moldam a mente e o coração dos pupílos, a ponto de mesmo sem entender nada da matéria, vemos que tal cd/dvd teve a sua produção executiva pelo pastor/bispo/apóstolo fulano de tal.
Os pastores e líderes na verdade dão corda ao desejo de fama desses pobres discípulos, que acabam caindo na tentação e trilham o caminho da “fama evangélica”.

Soma-se a isso nós, um bando de tontos que ouvimos, compramos, assistimos, gravamos, pagamos e divulgamos esse mercado nojento da música gospel/evangélica/cristã, que de santa não tem nada. Nós temos culpa nisso tudo. Pagamos milhares de reais para que esses caras cantem em nossas igrejas, damos a “oportunidade” e o microfone para que eles ensinem (e mal!) os nossos irmãos. Pagamos suas passagens de avião; atendemos às suas absurdas exigências para participarem por 30 minutos contados no relógio das nossas atividades. Nós somos os culpados. Se eles existem é porque nós consumimos.

Por isso, não culpo o Régis Danese e Cia Ltda. Reconheço a minha parcela de responsabilidade.

Rapper DMX planeja estrelar programa cristão na TV

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O Músico teve a ideia durante os mais de 90 dias que passou preso no Arizona.
O rapper DMX mal saiu da penitenciária do Arizona e já está revelando seus novos planos, que incluem apresentar um programa na Christian TV, emissores cristã norte-americanos.
O músico, cujo nome real é Earl Simmons, foi condenado a 90 dias de prisão por porte de drogas, roubo e crueldade com animais, mas acabou cumprindo alguns dias extras por uma confusão envolvendo um funcionário do refeitório da penitenciária.
“Eu vou estrelar um programa chamado ‘Sofrimento e Perseverança’, que é sobre como eu posso atingir pessoas que a maioria não consegue porque já estive no fundo do poço”, contou.
DMX também disse que está se preparando para dar seu primeiro sermão na igreja. “Isso vai ser incrível para mim e para a congregação.”
Além desta nova empreitada, o rapper também participará da terceira edição do reality show “Celebrity Rehab”, que vai ao ar no canal VH1.

Fonte: IG.

Apple proíbe aplicativo do iPhone que usa imagem de Jesus Cristo

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Novidade nem chegou a entrar na loja virtual iTunes.
Recentemente, Apple tirou do ar ferramenta para chacoalhar bebê virtual.
A Apple decidiu censurar um aplicativo para seu telefone celular multimídia, o iPhone, no qual o usuário poderia usar sua própria foto em uma montagem com figuras religiosas, como Jesus Cristo. Um vídeo publicado na web pelos desenvolvedores mostra como funciona a ferramenta. 
O programa chamado Me So Holy foi vetado pelo fabricante por violar os termos do acordo de desenvolvimento de softwares, segundo o portal dos desenvolvedores. A novidade nem chegou a entrar na loja de aplicativos do iPhone. 

Foto: Reprodução

Imagem do aplicativo, divulgada no site oficial dos desenvolvedores.

De acordo com o texto publicado no site dos desenvolvedores, a norma diz que programas desenvolvidos fora da Apple para os aparelhos da empresa não podem conter material “obsceno, pornográfico, ofensivo ou difamatório”.
O dispositivo permitia ao usuário do iPhone escolher a imagem de uma pessoa associada a alguma religião e colocar seu rosto no lugar da original. Entre as opções de montagem, estava uma que simulava o corpo de Jesus Cristo.
Recentemente, a Apple deixou de oferecer na loja virtual iTunes um aplicativo para iPhone chamado “Baby shaker”, que propunha aos usuários chacoalhar um bebê virtual até ele parar de chorar – mesmo que, para isso, a criança morresse. A ferramenta havia sido aprovada pela Apple, que chegou a pedir desculpas pelo ocorrido.

Fonte: G1

Juiz nega a casal homossexual direito de registrar bebês com duas mães

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A Justiça de São Paulo negou na sexta-feira (8) o pedido de tutela antecipada que daria a um casal de mulheres homossexuais de Carapicuíba o direito de registrar os dois filhos delas, nascidos em 29 de abril, com duas mães cada.

Os bebês _uma menina de 2,750 kg e um garoto de 2,415 kg_ são filhos de Adriana Tito Maciel. A mãe, homossexual, recebeu os óvulos de sua companheira, Munira Kalil El Ourra, que se submeteu a inseminação artificial. O nome do pai não foi revelado.

Como negou a liminar, o juiz da 6ª Vara da Família do Fórum de Santo Amaro adiou a decisão sobre o registro dos gêmeos para o momento em que julgar definitivamente a ação declaratória de filiação impetrada há um mês pelas mães.

Adriana disse por telefone nesta segunda-feira que ainda não decidiu o que fazer. As crianças estão sem registro desde 29 de abril.

Ela pretende discutir o assunto nesta semana com sua advogada, a especialista em direito homoafetivo Maria Berenice Dias.

“Ainda não sabemos o que fazer. Ainda não conversamos com a advogada. Vamos fazer o que ela determinar”, afirmou.

Adriana recebeu a notícia no sábado e reagiu com naturalidade. “Eu gostaria que o juiz tivesse sido favorável. Infelizmente a gente não pode fazer nada neste sentido. Vamos ver que decisão as advogadas vão nos indicar”, afirmou.

A advogada do casal em São Paulo, Viviane Girardi, conversou com o juiz há uma semana, quando apresentou o pedido de tutela antecipada. Ela disse que a decisão do juiz era mais ou menos esperada.

“A tutela antecipada é muito difícil em processos deste tipo. O juiz quer colher elementos para se convencer dessa decisão”, afirmou. A advogada defende que as crianças sejam registradas com o nome de uma das mães até que a Justiça se manifeste definitivamente.

Maria Berenice Dias também entende que o processo com essas peculiaridades _gestação comungada entre parceiras sexuais_ é inédito e de difícil decisão. A advogada esperava inicialmente que a decisão judicial chegasse antes do parto, mas considerou a demora natural, diante da complexidade do processo. Após o nascimento, havia expectativa de que a Justiça atendesse o pedido de tutela antecipada, negado pelo juiz.

Maria Berenice considera prioritário que as crianças tenham dupla maternidade, uma vez que foram geradas por decisão do casal, em comum acordo. Se um dia houver rompimento na relação entre as duas mães, as crianças podem ficar desprotegidas. “Se não colocarmos as crianças em nome das duas, elas, as crianças, poderão ficar vulneráveis no futuro”, afirmou.

De acordo com a advogada, a Justiça tende a dar o registro para a mulher cujos óvulos foram fecundados. “Se elas não fossem mães homossexuais, tenho certeza de que o registro das crianças iria para o nome de Munira”, afirma. A advogada quer que o nome das duas conste na certidão de nascimento sem especificação de quem é a mãe biológica. “No registro deve ficar filho de Adriana Tito Maciel e Munira Kalil El Ourra”, afirmou a defensora.

 

Fonte: G1.

Cerca de 40 milhões de brasileiros estão afastadas da igreja

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Por que há tantos afastados de Deus?

Faz quatro anos que os domingos do eletricista aposentado José Boaventura Boas, 56 anos, não são mais os mesmos. No primeiro dia da semana, ele gosta de ficar no bar com os amigos, jogar dominó, discutir os resultados da rodada, observar as mulheres, beber e freqüentar bailes. Até pouco tempo, ele vivia uma outra realidade. Tinha uma rotina tão agitada que mal conseguia parar para almoçar no dia em que normalmente as famílias se reúnem.

Durante os 25 anos que liderou, implantou e pastoreou igrejas de três denominações da Assembléia de Deus, os domingos de Boaventura começavam cedo com as aulas da escola dominical. Na seqüência, visitava casas de irmãos, doentes nos hospitais e ainda liderava evangelismos nas ruas de Praia Grande (SP). À tarde, quando conseguia um tempo livre, ele usava para preparar a mensagem que ministraria no culto da noite. “O envolvimento com a obra de Deus era um marco em minha vida.”

Entretanto, por causa de desavenças, uma história iniciada em 1º de dezembro de 1979 foi interrompida. Intrigas, mentiras, calúnias e acusações, jamais comprovadas, mas proferidas por seus líderes, o fizeram tomar uma decisão radical: abandonar a casa de Deus.

Boaventura integra uma categoria de crentes que não pára de crescer: os desviados. Estima-se que, atualmente, existam entre 30 e 40 milhões em todo o país. Comparando-se com os dados do último censo populacional, que revelou a existência de cerca de 27,2 milhões de evangélicos, a quantidade de “ovelhas perdidas” é maior do que a igreja oficial. Se esses ex-irmãos que foram evangelizados, discipulados e participaram de cultos permanecessem, a igreja brasileira seria de aproximadamente 70 milhões de crentes, ou seja, quase a metade da população, que é de 180 milhões. Antes de ser vista como uma “ameaça”, a existência desse enorme contingente deve ser compreendida por líderes de todo o Brasil – como um sinal de alerta de que algo não vai bem. Além disso, a realidade mostra que é preciso rever conceitos e práticas para que esse jogo possa ser revertido.

Pastor Sinfrônio Jardim Neto, presidente do Ministério Jesus Não Desistiu de Você, que há 14 anos atua na recuperação de afastados, acredita que a idéia dominante em muitas congregações, que prioriza templos lotados sem se importar com os que saem, é um dos ingredientes que colaboram para o problema acontecer. “Infelizmente, 90% das igrejas não estão preocupadas com aqueles que saíram. Porém, sabemos que buscar a ovelha perdida é uma visão que está no coração de Deus.”

Referência no assunto, com livros publicados e vários seminários e palestras ministrados no Brasil e exterior, ele explica que a reconquista é uma visão que a igreja perdeu ao longo dos anos, mas que atualmente se faz necessária para que os que saíram retornem. “Se a igreja não for atrás dos desviados, a maioria permanecerá no pecado e morrerá sem Deus. Para ser motivada nessa reconquista, a igreja precisa enxergar os soldados feridos com os olhos de compaixão do Senhor Jesus.”

Este, porém, não é um problema exclusivamente brasileiro. Basta lembrar que um dos motivos do enfraquecimento do Evangelho em muitas nações se deu basicamente porque as pessoas deixaram de ir à igreja e passaram a se ocupar com outras coisas. A grande diferença é que, no Brasil, ao mesmo tempo em que saem muitos, outro tanto acaba entrando, o que no final gera um equilíbrio. Para descobrir os motivos da evasão, a Life Way Research (www.lifeway.com) realizou um estudo nos Estados Unidos e percebeu que vários fatores influenciam-na.

Segundo o levantamento, 59% das pessoas decidiram abandonar a casa de Deus por causa da mudança de situação de vida (transferência de cidade, divórcio, nascimento de filhos, morte na família etc.). O desencantamento com os membros e pastores foi apontado por 37% dos entrevistados. A pesquisa também revelou que 19% estavam ocupados demais para participar das atividades da igreja; já 17% disseram que as responsabilidades da casa e família contribuíram para o afastamento. O comportamento dos próprios membros representou 17% dos ouvidos. E outros 12% revelaram dificuldades de envolvimento como maior empecilho.

Foi justamente para descobrir as causas que levam as ovelhas a se perderem que em outubro do ano passado a Faculdade Teológica Sul-Americana (FTSA), em Londrina (PR), promoveu sua V Semana de Estudos com o título “Decepcionados com a Igreja”. O evento, que contou com a participação de acadêmicos, integrantes da comunidade e a presença do pastor Caio Fábio, tentou encontrar respostas plausíveis para questões como: Por que as pessoas se decepcionam com suas igrejas? Quais são os motivos de suas frustrações e desilusões? Que principais motivos levam as pessoas a abandoná-las? “Um pastorado que não busca refletir e entender os motivos que as pessoas possuem para sair da igreja é um pastorado sem a perspectiva do cuidado. Cuidar é se importar”, alerta Jorge Henrique Barro, professor de Teologia Prática da FTSA. “O que deve nos motivar a refletir sobre este assunto é o exemplo de Jesus, que pergunta: ‘Qual de vocês que, possuindo cem ovelhas, e perdendo uma, não deixa as noventa e nove no campo e vai atrás da ovelha perdida, até encontrá-la? E quando a encontra, coloca-a alegremente nos ombros e vai para casa. Ao chegar, reúne seus amigos e vizinhos e diz: Alegrem-se comigo, pois encontrei minha ovelha perdida’”, frisa, citando Lucas 15.4-6.

 

LONGE DE CASA

Brigas internas, legalismos, decepções com a liderança, sensação de abandono, falsas profecias e promessas de prosperidade não concretizadas são os principais motivos, de uma lista imensa, que levam, cada vez mais, à não-permanência na igreja. Entretanto, é preciso deixar claro que nem todos os afastamentos são motivados por problemas eclesiásticos. Em muitos casos, eles acontecem devido a questões pessoais.

O morador de rua Fábio Paixão França, 37 anos, tem consciência de que seus próprios erros o afastaram do convívio da igreja. Com passagem em três congregações (Cristo é a Vitória, Bola de Neve e Cristo é a Resposta) e uma casa evangélica de recuperação de dependentes químicos, ele roga por uma nova chance: “Eu peço que Deus derrame mais uma gota de seu sangue para que possa ter vergonha e voltar a servi-lo da maneira correta”.

Longe da igreja, os desviados acabam adquirindo características e práticas parecidas. Normalmente, tornam-se arrogantes, frios e indiferentes. Embora estejam vivendo no pecado, ao mesmo tempo, alguns nutrem uma “fagulha de Deus acesa no coração”. O contato com pessoas que vivem longe do Senhor fizeram com que Jardim Neto descobrisse que alguns afastados sentem saudade de Cristo, temem o inferno, possuem a convicção do pecado e até desejam retornar. “Muitos, por acharem que estão livres de Deus, fazem coisas horríveis. Mas ainda existem aqueles que conservam parte do temor de Deus e se esforçam para não se entregarem completamente ao pecado.”

Na internet é possível encontrar páginas, comunidades e salas de discussões que reúnem afastados de várias idades e regiões do planeta. Nesses pontos de encontros virtuais, os membros conversam sobre vários assuntos, mas que geralmente estão relacionados à decisão que tomaram. Muitas vezes, utilizando-se do recurso do anonimato, integrantes abrem o coração e mostram-se arrependidos, como se vê neste depoimento postado na comunidade Desviados que Ainda Amam a Jesus, uma das maiores sobre o tema no Orkut: “Pra mim, foi o fim. Fiquei sem chão, mas depois percebi que teria de procurar um modo secundário de felicidade que nem se comparava à plenitude que eu havia provado ao lado de Cristo”.

Criada na Congregação Cristã do Brasil em Itapira (SP), Karina Felix, 20 anos, também integra uma dessas comunidades virtuais. Há cinco anos, decidiu que sairia da igreja quando descobriu o valor de “usar brinco e vestir calça jeans”. Algo que as rígidas normas da igreja não admitem. Depois de experimentar muitas coisas, namorar, curtir baladas, ela garante que adquiriu uma nova percepção do cristianismo e descobriu que pode alimentar sua fé mesmo fora da doutrina. “Deus está em todos os lugares e cuida de todos os seus filhos. Ele nunca me deixou e eu nunca perdi a fé nEle. Igreja é feita de tijolo e cimento, coisas materiais”, declara. Embora sinta falta de cantar os hinos junto com a orquestra, ela acredita que se sentiria envergonhada se voltasse como se nada tivesse acontecido. “Acredito que eu não volto mais, não tenho forças. Se a volta estiver nos planos de Deus, Ele vai dar um jeitinho, o que é dEle ninguém leva.”

Fonte: Revista Enfoque

Milionário defende miss que é contra casamento gay e mantém coroa

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O milionário Donald Trump não só manteve a coroa de Miss Califórnia e de vice no concurso Miss EUA para Carrie Prejean como ainda defendeu a modelo. 
Trump é o empresário dono das marcas desses concursos de beleza. Carrie Prejean se destacou, apesar de ter ficado em segundo no Miss EUA, por ter feito uma declaração contra o casamento gay e mais tarde por ter sido revelada fotos que ela fez seminua. 
Essas imagens, inclusive, quase custaram a coroa estadual. Pelo regulamento, elas não podem fazer ensaios com roupas íntimas, seminuas ou nuas. Carrie, de 21 anos, havia se defendido com o argumento de que as fotos foram feitas quando tinha 17. 
Nessa terça-feira, Donald Trump resolveu a questão. Disse que Carrie continuará sendo a Miss Califórnia e defendeu ainda a resposta dela durante o Miss EUA. Na ocasião, ela disse que é a favor somente do casamento entre homens e mulheres. Em seguida, virou garota-propaganda de uma organização que defende o casamento heterossexual. 
“Foi a mesma resposta que o presidente dos Estados Unidos deu. É a mesma resposta que muitas pessoas dão”, afirmou Trump. “Ela deu uma resposta louvável. Ela deu uma resposta do coração”, completou. 
Trump também comentou sobre as fotos que foram veiculadas por um site. “Estamos no século 21. Determinamos que as fotos que foram tiradas são boas. Em alguns casos, as imagens são bonitinhas”, disse.

Fonte: G1.

Em entrevista a ÉPOCA, Bart Ehrman, “A Bíblia não tem inspiração divina”

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Em entrevista a ÉPOCA, Bart Ehrman, professor de estudos religiosos da Universidade da Carolina do Norte, fala sobre seu novo livro, no qual debate as contradições dos evangelhos. 

POLÊMICA 
Ehrman afirma que apenas oito dos 27 livros no Novo Testamento foram escritos pelos autores aos quais são atribuídos.

O americano Bart Ehrman cresceu em uma família religiosa e, quando adolescente, havia se tornado um evangélico fervoroso. O interesse pela Bíblia e por sua história o acompanhou a vida toda e hoje, após 35 anos de estudo, diz ter abandonado o Cristianismo por não acreditar que Deus poderia estar no “comando de um mundo cheio de dor e sofrimento”. Professor de estudos religiosos na Universidade da Carolina do Norte em Chapel Hill, Ehrman já escreveu 21 livros sobre religião, incluindo Verdade e Ficção em O Código Da Vinci, sobre o best-seller de Dan Brown, e O que Jesus Disse? O que Jesus Não Disse? – Quem mudou a Bíblia e por quê, que figurou entre os mais vendidos na lista do jornal The New York Times. Agora, em Jesus, Interrupted (ainda sem tradução), que será lançado no Brasil no segundo semestre, Ehrman tenta revelar as contradições da Bíblia, que provam, segundo ele, que o livro não foi enviado à humanidade por Deus.

ÉPOCA  De um tempo para cá temos visto um crescimento do número de títulos com críticas às religiões. O que está motivando os leitores?
Bart Ehrman –
 Há uma reação contra a direita conservadora do mundo religioso. Aqui nos Estados Unidos há vários líderes desse tipo que tiveram muita atenção da mídia por muito tempo, e as pessoas que estão do lado esquerdo deste espectro começaram a se incomodar. Muitos desses livros escritos por essas pessoas chamadas de “neo-ateístas” são uma representação deste movimento.

 

ÉPOCA  Alguns dos principais representantes do “neo-ateísmo” são Sam Harris e Richard Dawkins. Em um artigo recente da revista Time, o senhor reconheceu que compartilha leitores com eles. Mas o senhor se considera parte deste movimento?
Ehrman –
 Não me considero um ateu e não acho que estou fazendo a mesma coisa que esses autores. Eles têm feito coisas boas, mas estão atacando a religião sem conhecer muito. Quando eu escrevo, faço isso como alguém que já esteve profundamente envolvido com a Cristandade, mas que agora a rejeitou. Por isso, a minha perspectiva é completamente diferente.

 

ÉPOCA  O que fez o senhor passar de um fiel cristão a um “agnóstico feliz”?
Ehrman –
 Fui criado na Igreja Protestante e fui um cristão muito ativo por vários anos. Mas eu deixei a cristandade não por conta dos meus estudos históricos sobre a Bíblia, mas por não conseguir mais acreditar que poderia haver um deus no comando deste mundo cheio de dor e sofrimento.

 

“A Igreja acabou juntando duas visões, de que Jesus é humano e divino, e criou um conceito que não está escrito nem [no evangelho] de João e nem no de Mateus”

 

ÉPOCA  Qual é o motivo de o livro se chamar Jesus, Interrupted [em tradução livre: Jesus, interrompido]? Quando e como ele foi interrompido?
Ehrman –
 O título significa que há inúmeras vozes diferentes falando no Novo Testamento. São autores diferentes, que possuem pontos de vista diferentes e que, muitas vezes, são conflitantes. Com tantas vozes assim falando no mesmo livro, muitas vezes é impossível escutar a voz do Jesus histórico, porque ele foi interrompido por outras pessoas.

 

ÉPOCA  E é possível definir qual é a maior contradição da Bíblia?
Ehrman –
 São muitas discrepâncias, mas é possível destacar duas. O apóstolo Paulo, por exemplo, acha que a pessoa chega a Deus apenas pela fé, e não pelo que faz. No capítulo 24 de Mateus, no entanto, nós lemos que boas ações levam ao reino dos céus. Essas duas visões são excludentes em um assunto determinante, que é a salvação. Também há visões diferentes sobre quem era Jesus. No evangelho de João, Jesus é Deus, mas nos textos atribuídos a Marcos, Mateus e Lucas não há nada sobre isso. No evangelho de Mateus fica claro que ele acredita que Jesus é um ser humano, e que é o Messias. A Igreja acabou juntando essas duas visões, de que ele é humano e divino, e criou um conceito que não está escrito nem em João e nem em Mateus.

 

ÉPOCA  O senhor acha que essas discrepâncias fazem da Bíblia uma história falsa?
Ehrman –
 Eu diria que os diferentes autores da Bíblia tem versões diferentes da história e por isso é errado tentar fazer com que eles digam a mesma coisa. Há muitos erros na Bíblia e, mais importante que isso, há diferentes pontos de vista teológicos e isso precisa ser reconhecido.

 

“Na tradição católica a fé nunca foi sobre a Bíblia, mas sobre os ensinamentos da Igreja e sobre acreditar que Jesus é o filho de Deus”

 

ÉPOCA  Desde quando a Bíblia começou a ser questionada? De que maneira isso enfraquece a Cristandade? 
Ehrman –
 As pessoas só começaram a notar essas diferenças na época do Iluminismo, no século XVIII. Antes disso, os estudioso da Bíblia eram teologicamente comprometidos com ela e não imaginavam que poderia haver erros. Essas descobertas são problemáticas especialmente para quem acredita que a Bíblia foi entregue a nós diretamente por Deus. Se isso ocorreu, por que não temos a Bíblia original? Por que temos apenas manuscritos escritos mais tarde e que não são iguais? Essas diferenças mostram que não existe um livro com inspiração divina que foi entregue a nós.

 

ÉPOCA  E como isso afeta especificamente a Igreja Católica?
Ehrman –
 Existem estudiosos na Igreja Católica que concordam com quase tudo o que está escrito em Jesus, Interrupted. Mas na tradição católica a fé nunca foi sobre a Bíblia, mas sobre os ensinamentos da Igreja e sobre acreditar que Jesus é o filho de Deus. E isso não muda se a pessoa perceber ou não os erros da Bíblia. É bem diferente do fundamentalismo cristão que é tão poderoso onde eu vivo, no sul dos Estados Unidos. Aqui as pessoas acham que você só poder ser cristão se acreditar totalmente na Bíblia.

 

ÉPOCA  Alguns críticos do seu trabalho, especialmente o líder evangélico James White, dizem que você quer destruir a fé cristã. O que você acha disso?
Ehrman –
 Estou tentando destruir o tipo de fé cristã de James White! (risos). Mas na verdade nada que eu faça pode destruir o Cristianismo. O problema é que há um certo tipo de fé cristã que diz que a Bíblia não tem erros e é infalível, e eu não concordo com isso. Eu não sou o único que pensa assim. As opiniões que estão descritas no meu livro são as mesmas da maioria dos estudiosos da Bíblia há muitas e muitas décadas, mas eles não costumam falar disso em público. Meu livro apenas pega o que os estudiosos dizem há muito tempo e torna disponível para os leitores normais.

 

ÉPOCA  Você recebeu muitas críticas de leitores por conta do livro?
Ehrman –
 Recebi e-mails de pessoas bravas e sei que na internet há muita gente contrariada. Dizem que quero destruir sua fé, que sou o anti-Cristo. Mas a maior parte dos que escreve ficou grata pelo livro e feliz por eu ter dito essas coisas, já que suspeitavam desses erros, mas não tinham base teológica para questionar a Bíblia.

 

Fonte: Revista Época.