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Crescimento dos evangélicos pode mudar o Brasil, publica Época
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Anel da pureza exalta virgindade e vira moda
John Lennon fez pacto com Satanás, diz livro recente
Adeptos protestantes espancam católico até à morte
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Banidos Bíblia e livros com conteúdo religiosos
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Fonte: RV/Notícias Cristãs.
Sessão do descarrego? Evangélico?
O Brasil em 2020
Em nosso aniversário de 11 anos, lançamos um olhar esperançoso e realista para o futuro do país. Na década que vem, seremos mais ricos, mais adultos e – se conseguirmos remover os obstáculos ao desenvolvimento – mais felizes.
Onze anos é uma idade extraordinária. Uma explosão de hormônios inicia o processo de crescimento acelerado da adolescência. A formação de neurônios, que até então era caótica, começa a ser ordenada, e a camada de mielina que os envolve, responsável pelo transporte das informações, engrossa. Nessa época, esculpem-se os caminhos do raciocínio elaborado que marcará a vida adulta. E essas transformações vão tornar a pessoa mais rápida, inteligente, criativa, inovadora, idealista. Nós, de ÉPOCA, gostamos de acreditar que usamos todas essas qualidades para construir cada edição. Sabemos, é claro, que uma revista não é uma pessoa. Mas ela é feita de pessoas. Nesta semana, como qualquer criança de 11 anos, estamos eufóricos com nossa festa de aniversário – e ao mesmo tempo não conseguimos conter a expectativa pelo futuro que vislumbramos. Esses dois sentimentos, satisfação e esperança, nos guiaram a preparar um mapa das grandes transformações por que passaremos no país.
Será, é claro, um Brasil diferente sob vários aspectos. A maior parte deles, imprevisível. Uma década é um período longo o suficiente para derrubar certezas absolutas (ninguém prediz uma Revolução Francesa, uma queda do Muro de Berlim ou um ataque às torres gêmeas de Nova York). Mas é também um período de maturação dos grandes fenômenos incipientes – dez anos antes da popularização da internet já era possível imaginar como ela mudaria o mundo. Da mesma forma, fenômenos detectáveis hoje terão seus efeitos mais fortes a partir de 2020.
O primeiro deles será a mudança populacional brasileira. Nos anos 1960 e 1970, os estudiosos se preocupavam com a “bomba demográfica”: as altíssimas taxas de natalidade, de seis filhos por mulher, criavam uma pressão social que atrasava o progresso do país pela exigência de investimentos pesados em cuidados com a infância. Esse problema sumiu, quase por encanto. A urbanização, a entrada das mulheres no mercado de trabalho e os novos métodos anticoncepcionais fizeram a taxa de natalidade declinar, até o atual índice de 1,8 filho por mulher. A mudança do perfil demográfico (leia o quadro da próxima página) dá uma janela de oportunidade ao Brasil. Pela primeira vez, teremos mais gente no mercado de trabalho que fora dele. Mais trabalhadores que dependentes. Mais produtores que consumidores de riqueza. A janela se fechará a partir da década seguinte, com o aumento do número de idosos. Esta década é, portanto, aquela em que temos as melhores condições para resolver os problemas estruturais do país (o que o Brasil precisa fazer para crescer mais e melhor). É uma tarefa hercúlea. Mas, como disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva: “Se cada presidente deixar um conjunto de obras estruturantes para o sucessor, o país dará um salto de qualidade nos próximos 20 anos”.
As mudanças populacionais incluem certa redistribuição regional. O Sul e o Sudeste já deixaram de atrair gente do país inteiro, e as cidades médias (de 100 mil a 500 mil habitantes) vêm crescendo a taxas maiores que as grandes. É possível, ainda, que o maior país católico do mundo tenha maioria protestante.
Do ponto de vista econômico, o Brasil também está bem situado. Não à toa somos considerados o mais bem arrumado entre os países do grupo Bric, à frente de China, Índia e Rússia (leia entrevista com Jim O’Neill, o criador do conceito). Espera-se que os Brics ganhem peso econômico em 2020 e respondam pela maior parte da economia mundial em 2050. Já na próxima década o PIB brasileiro (soma de todas as riquezas produzidas pelo país) deverá pular para US$ 2,6 trilhões, segundo previsão do banco de investimentos Goldman Sachs. É quase o dobro do atual. A participação do Brasil no PIB mundial passará de 2,5% para 4%. Teremos ultrapassado a Itália. A riqueza extra deve melhorar a vida dos brasileiros, mas ela sozinha não garantirá um padrão de vida de país desenvolvido. Como diz o economista Paulo Guedes, não queremos o pesadelo de um PIB gigantesco com uma população miserável. Queremos a “formação de uma enorme classe média, criando extraordinário mercado de consumo de massa pela contínua elevação da renda per capita”. Para chegarmos a isso, é preciso resolver os gargalos da economia (uma síntese de nossos desafios) e prevenir as ameaças futuras, como o rombo da Previdência Social. “O Brasil era o país do futuro. Não é mais. O futuro já está aqui. Nosso problema não é mais de subdesenvolvimento, é de injustiça”, diz o sociólogo e ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Também no campo econômico vivemos uma janela de oportunidade. Hoje, o Brasil é uma potência do agronegócio e das commodities graças aos recursos naturais e à mão de obra relativamente barata. A partir de 2020, é possível que a África reúna essas condições. Precisamos estar mais bem preparados para competir em outro nível: da produção de conhecimento. “O Brasil precisa buscar um novo patamar de geração de riqueza através da inovação tecnológica”, diz James Wright, diretor do Programa de Estudos do Futuro (Profuturo), da Universidade de São Paulo. Precisamos de mais cientistas e técnicos. Precisamos, sobretudo, investir em educação. Teremos, nesta década, menos crianças entrando na idade escolar. Em 2020, haverá entre 10 milhões e 13 milhões de matrículas a menos no ensino fundamental. Os recursos hoje gastos com esse contingente podem ser aplicados em tecnologia, aumento da carga horária e treinamento de professores. Ainda será pouco. Para dar o salto de que o Brasil precisa, é necessário reservar para a educação no mínimo 5% do PIB – hoje gastamos apenas 3,7%.
Além de crescer mais, precisamos decidir crescer de forma mais sustentável. O Brasil começará a sentir, a partir de 2020, os efeitos do aquecimento global. As ameaças vão da desertificação de grandes áreas ao aparecimento de mais ciclones e furacões. O futuro exigirá de nós um esforço de adaptação. Não apenas ao clima, mas às mudanças sociais que despontam. Haverá empregos diferentes, e muitos de nós precisarão trabalhar até idades mais avançadas. Teremos carros melhores e menos poluentes, mas otrânsito não vai melhorar. Teremos uma redução dos níveis de violência, principalmente porque haverá menos jovens na idade mais propícia ao crime, mas essa tendência oscilará e só se confirmará totalmente a partir dos anos 2030. Viveremos mais, egastaremos mais com saúde. Os casamentos ocorrerão mais tarde, as famílias serão menores e haverá 5 milhões de mulheres a mais que homens. Usaremos a tecnologia de forma diferente, compraremos produtos maravilhosos, cultivaremos a fama econsumiremos cultura de outras formas. Mas continuaremos sendo brasileiros no que isso tem de mais essencial. E, após sediar a Copa do Mundo de 2014, estaremos nos preparando para o oitavo ou nono título de campeões mundiais – três ou quatro à frente da Itália.
Fonte: Época.
Pesquisa mostra que mais de 48% acreditam mais em Deus
Uma pesquisa realizada por alunos de biomedicina da Faculdade Maurício de Nassau, em Recife,
revelou que 48,7% das pessoas acreditam mais na fé em Deus para alcançar a saúde contra 6,7% que creem mais nos médicos. Em entrevista, médica diz que não acredita em milagres.
Você acredita mais na fé em Deus ou na medicina para a cura de uma doença grave? A pergunta foi feita a 818 recifenses e a resposta da maioria deles surpreendeu os autores da pesquisa Saúde, Vida e Valores, realizada por alunos de biomedicina da Faculdade Maurício de Nassau. O estudo revelou que 48,7% das pessoas acreditam mais na fé em Deus para alcançar a saúde contra 6,7% que creem mais nos médicos. Outros 44,4% citaram que confiam na fé em Deus e na medicina ao mesmo tempo para se curarem. O levantamento traz também a opinião do recifense sobre outros temas polêmicos, como transplante de órgãos e tecidos, doação de sangue, eutanásia e pesquisas com células-tronco.
A explicação para tanta fé pode estar no início da própria humanidade. Isso porque, desde tempos remotos o homem sempre teve natureza religiosa, buscando se relacionar com o que não podia explicar, ou seja, com as divindades. “As pessoas têm necessidade de transcenderem a existência. Hoje nos deparamos, por exemplo, com o Crescimento do número de evangélicos no país, considerado um dos mais religiosos do mundo. A vertente neopentecostal, inclusive, onde se insere a Universal do Reino de Deus, baseia-se na tríade cura, exorcismo e prosperidade”, ressalta Karla Patriota, doutora e pesquisadora na área de religião pela Universidade Federal de Pernambuco. Ela lembra as sessões de cura levadas à frente por pastores neopentecostais dentro dos templos.
Na opinião da coordenadora do curso de biomedicina e da pesquisa, Edilene Dellalibera, a resposta da maioria pode soar preocupante se vista sob outro ponto de vista. “Será que a pessoa que só tem a opção de um transplante de órgão para sobreviver, por exemplo, tem pouca fé em Deus ou está recebendo um castigo?”, questiona. A coordenadora defende que a ideia deveria ser outra. “Pela fé, as doações de órgãos deveriam ser feitas para garantir a sobrevivência do semelhante por mais tempo. Isso também é fé, acreditar que a vida continua”, destaca.
Doação – Outro questionamento feito aos entrevistados foi sobre a doação de sangue. Nesse caso, a maioria (95%) disse ser a favor do ato. No entanto, quando perguntados se já haviam doado sangue, 59,5% disseram não, em uma clara contradição. Na opinião da coordenadora da pesquisa, Edilene Dellalibera, já que as pessoas se dizem dispostas, o que falta é incentivo à doação. “Por que as instituições públicas estão sempre precisando de doadores? O que motiva as pessoas a doarem sangue?”, questiona. O mesmo tipo de resposta surge no quesito doação de órgãos e tecidos, quando 84% dos entrevistados se dizem favoráveis a esse ato, mas 54% não querem doar. “Será que eles pensam: sou a favor, mas o outro que doe?”, completou.
O levantamento aponta também o que o recifense pensa sobre pesquisas com células-tronco: a maioria (51,8%) é favorável, mas 19,3% aprovam apenas com células embrionárias. Nesse caso, os 20,4% que optaram por não responder podem representar até mesmo a falta de conhecimento sobre o assunto, na opinião dos autores do estudo. Quanto à eutanásia, a maioria (41,7%) ainda diz ser contra o ato.
A pesquisa foi coletada nos últimos dias 4 e 5 de maio e tem um nível estimado de 95% de confiança. A margem de erro é de 3,5 pontos percentuais para mais ou para menos. A maioria entrevistada tem grau de instrução médio completo, recebe de um a dois salários mínimos (R$ 465 a R$ 930) e pertence à classe C.
Uma cura pelas bênçãos-de-Deus
A dona de casa Edite de Andrade Lima, 65 anos, ainda chora quando lembra do diagnóstico médico que teria recebido há oito anos. Contou que na época sentiu-se condenada à morte pelo anúncio do câncer no intestino e por isso tentou o suicídio por duas vezes. Ex-frequentadora de uma igreja evangélica, Edite preferiu entregar-se à doença e à depressão, do que iniciar um tratamento contra algo que acreditava ser incurável. “Naquele ano, até a mulher do rei Roberto Carlos tinha morrido desse mal e como então eu iria sobreviver?”, pensou.
Cólicas fortes e sangramentos eram alguns dos sintomas que mais incomodavam a dona de casa. “Um dia, decidi ir para a oração que sempre acontecia na Igreja Batista Missionária. Lá, comecei a sentir fortes dores na barriga e fui desfalecendo. Era como se estivessem arrancando algo de dentro de mim. Fechei os olhos e vi uma claridade forte. Quando abri, vi uma luz amarela que não saiu mais do meu coração”, lembrou. Segundo Edite, a melhora aconteceu no dia seguinte e 15 dias depois afilha teria confirmado a cura através da constatação de um pastor durante uma oração.
Pouco mais de um mês do primeiro diagnóstico, Edite voltou para um outro médico. Lá teria ficado sabendo que tinha apenas uma gastrite. “O médico viu somente uma cicatriz no meu intestino”, contou. A dona de casa acredita que foi um milagre. Em nenhum momento pensou em um possível diagnóstico errado. “Deus é o médico dos médicos. Se tenho um médico como esse, vou temer o quê? Ele também já salvou meu marido da morte duas vezes, quando não deixou que fosse para a mesa de cirurgia para operar o coração”, disse, confiante.
Fonte: Zoenet.