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Abraão

ABRAÃO

Heb. ‘Abraham (possivelmente “o pai de uma multidão”) e ‘Abram (“o pai é exaltado”).

Abraão nasceu perto ou mesmo na cidade de Ur no sul da Mesopotâmea. O pai de Abraão, Tera tinha 2 outros filhos, Nacor e Haran o pai de Ló (Gn 11:27). O relato de Génesis não menciona Deus aparecer a Abraão antes da partida de Ur, mas At 7:2-4>> claramente aplica a ordem de Gn 12:1-3 à altura em que a família ainda vivia em Ur.

A vida de Abraão pode ser subdividida em quatro períodos principais: (1) Sua vida antes da sua jornada até Canaã, à idade de 75 anos. (2) Desde o inicio da sua residência em Canaã até o nascimento do seu filho Isaque, um período de 25 anos. (3) A sua vida desde o nascimento de Isaque até a morte de Sara e o casamento de Isaque com Rebeca, cerca de 40 anos. (4) Os seus últimos dias, velhice e morte, cerca de 35 anos.

Apesar das fragilidades que são comuns aos homens, Abraão perseverou no seu propósito de uma vida de seguir onde quer que Deus o guiasse, quer fosse no longo caminho de Ur para Canaã ou para o Monte Moriá para oferecer o seu único filho, o filho da promessa, em sacrifício. Através das provas da sua vida, a sua fé foi aperfeiçoada, tanto assim que ele se tornou “o amigo de Deus” (Tg 2:23). A alta estima que os seus descendentes lhe tinham eventualmente degenerou quase ao ponto em que eles o adoravam acima de Deus. Mas o brilho da sua fé e longa vida de devoção à vontade de Deus perdura através das gerações.

Noé

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N

Descanso.

Neto de Matusalém (Gn 5:25-29) que foi, durante 250 anos, contemporâneo de Adão. Era filho de Lameque, que tinha cerca de 50 anos quando Adão morreu. Este patriarca é correctamente visto como o elo de ligação entre o velho e o novo mundo. É o segundo progenitor da família humana.

As palavras do seu pai Lameque quando ele nasceu (Gn 5:29) são vistas como tendo um sentido profético, designando Noé como um tipo Daquele que é o verdadeiro “descanso e conforto” dos homens que levam sobre si o fardo da vida (Mt 11:28).

Viveu 500 anos e lhe nasceram três filhos: Sem, Cam e Jafé (Gn 5:32). Era um “homem justo e perfeito na sua geração” e que “andou com Deus” (comparar com Ez 14:14, 20). Mas os descendentes de Caim e de Sete começaram a casar-se entre si e assim surgiu uma raça que se distinguiu pela sua incredulidade. Os homens tornaram-se cada vez mais corruptos e Deus determinou varrer da terra a sua perversa população (Gn 6:7). Mas com Noé Deus fez um concerto, prometendo-lhe salvá-lo do ameaçador dilúvio (Gn 6:18). De acordo com as palavras de Deus, foi-lhe ordenado que construísse uma arca (Gn 6:14-16), para que ele e a sua casa se salvassem. Passaram-se 120 anos enquanto a arca esteve a ser construída (Gn 6:3). Durante esse tempo, Noé deu o seu testemunho contra a descrença e a maldade daquela geração (1Pe 3:18-20; 2Pe 2:5).

Quando a arca de “madeira de Gofer” (mencionada somente aqui) ficou pronta, de acordo com a ordem de Deus, as criaturas vivas que deveriam ser salvas entraram na arca; e depois Noé, a sua mulher, os seus filhos e as suas noras entraram também e “o Senhor a fechou por fora” (Gn 7:16). O julgamento caiu, então, sobre o mundo culpado, “pereceu o mundo de então, coberto pelas águas do dilúvio” (2Pe 3:6). A arca flutuou nas águas durante 150 dias e acabou por poisar nas montanhas do Monte Ararat (Gn 8:3, 4); mas só depois de algum tempo Deus permitiu que eles saíssem da arca. Por isso, Noé e a sua família ainda permaneceram um ano inteiro dentro da arca (Gn 6:14).

Ao sair da arca, a primeira coisa que Noé fez foi erigir um altar, oferecendo sacrifícios de acção de graças e adoração a Deus. Deus fez, então, um concerto com ele, o primeiro entre Deus e o homem, dando-lhe a possessão da terra e estabelecendo regras novas e especiais que ainda permanecem em força no tempo presente (Gn 8:21-9:17). Como sinal e testemunha deste concerto, Deus fez surgir o arco-íris, tendo sido adoptado por Ele como garantia de que o mundo não mais seria destruído por um dilúvio.

Mas Noé, depois disto, cometeu um grave pecado (Gn 9:21); e a conduta de Cam nesta triste ocasião deu lugar a uma predição memorável relativa aos seus três filhos e sua descendência. Noé “viveu depois do dilúvio 350 anos e morreu” (Gn 28:29).