Diferente de ministérios tradicionais de prisões, as congregações formam comunidades de adoração governadas por conselhos que incluem internos. Eles exercem cargos na igreja, ajudam a planejar, distribuem a Ceia e até dão o dízimo dos seus poucos rendimentos.
Duas dúzias de homens em uniformes laranjas e azuis vêm à frente, cantando músicas espirituais após receberem a ceia de dois ministros ordenados. “Aleluia, nós vamos ver o Céu”, eles cantaram com vozes barítonas emotivas. A adoração era alegre na Celebration Fellowship, uma igreja fundada no ano passado dentro da Bellamy Creek Correctional Facility em Ionia, Michigan, nos EUA.
Na congregação da prisão, afiliada à Igreja Cristã Reformada, assassinos convictos e traficantes de drogas lêem as Escrituras, oram, e cantam hinos com voluntários de igrejas próximas. “”Eles nos tratam como seres humanos”, diz Eric Jewell, 41, dos visitantes. “Você pode sentir o amor sincero que eles têm por nós”, completa. A primeira congregação da prisão em Michigan faz parte de um pequeno, mas crescente, grupo de igrejas oficialmente estabelecidas que ajudam internos a encontrar fé além da navalha.
“A congregação dá responsabilidade para o preso, e então ele aprende a liderar de verdade”, explica Regan Beauchamp, pastor da Prison Lighthouse Fellowship na Penitenciária Estadual de Dakota do Sul, em Sioux Falls. “Eles estão aprendendo a se conectar melhor com o outro e a ser responsável”, afirma.
Localizada em uma unidade de segurança máxima, a igreja batista General Conference é afiliada às Congregações de Prisão da América (PCA), uma organização sem fins lucrativos com base em Mitchell, Dakota do Sul, que foi incorporada em 1994 como suporte da Igreja Evangélica Luterana da América. Suas 14 congregações também incluem ELCA, União Metodista e igrejas Discípulos de Cristo, lideradas por pastores civis.
Key está encontrando igrejas locais para dividir a adoração, suporte financeiro para o pastor e trabalho com os internos que deixam a prisão, diz Mary Mortenson, diretora executiva da PCA. “Quando saem da prisão, eles têm uma conexão com o lado de fora”, conta Mortenson. “Freqüentemente essa conexão positiva é a diferença para eles entre continuar ou reincidir”, explica.
O potencial para ajudar ex-prisioneiros a se reintegrar com a comunidade levou o Departamento de Correção de Michigan (MDOC) a aprovar a igreja na prisão de Ionia como um projeto piloto da Iniciativa de Reintegração do Prisioneiro. Juntando prisioneiro com mentores de igrejas, o programa “oferece uma oportunidade maravilhosa para que o compromisso da fé continue do lado de fora das paredes da prisão,” explica Michael Martin, líder dos capelães da MDOC.
Igrejas oficiais apontam que as congregações de prisão pretendem complementar outros ministérios. “Enquanto estudos bíblicos e serviços de adoração levados por grupos de fora podem prover melhoria espiritual, as congregações dão aos detentos uma comunidade para retornar depois da prisão”, Mortenson diz.
Charles Colson′s Prison Fellowship, que manda mais de 22 mil voluntários em 1.800 prisões cada ano, não é afiliada às congregações de prisão, mas é compatível com elas, diz o presidente Mark Earley. O ministério começou com um programa piloto com o Urban Ministry Institute de Los Angeles para treinar pastores da área a como plantar igrejas nas prisões. Em prisões onde há dificuldades de conseguir voluntários de fora, os membros da igreja da prisão “podem exercitar a liderança trazendo homens ou mulheres e organizá-los em torno da vida santa”, Earley diz. “Eles estão funcionando como o corpo de Cristo encarcerados atrás das paredes da prisão”, afirma.
Fonte: Cristianismo Hoje