>O meia-atacante Kaká topou o desafio lançado pela repórter Lia Lehr e respondeu às perguntas dos leitores enviadas ao site de QUEM. Leia mais respostas do jogador de futebol
O que você menos gosta no mundo do futebol?
O que eu menos gosto no é a violência nos estádios. É muito bom poder ver famílias, crianças, jovens e idosos nos estádios. E a violência faz com que as pessoas se afastem desse espetáculo que é um jogo de futebol.
Como você conheceu sua mulher?
Através dos nossos pais, que se conheceram antes. Depois trocamos telefone e começamos a nos comunicar, ficamos amigos e passamos a namorar.
Gostaria de saber se pelo fato de você não se envolver em escândalos nem se preocupar mais com a fama do que com a carreira (diferentemente de outros jogadores famoso), mas comprometido com seus ideais, com Deus e com sua família, se faz a diferença na sua vida profissional?
Faz muita diferença para mim ser fiel aos meus valores. Não permitir que nada roube aquilo que é a minha certeza e convicção. Isso faz com que eu seja sempre muito focado na minha profissão. Quando você é feliz na vida pessoal, consegue com mais facilidade ter bons resultados na vida profissional.
Que profissão seguiria se não fosse jogador?
Seria engenheiro como o meu pai.
Você se sente realizado profissionalmente?
Me sinto muito realizado, mas não satisfeito. Acredito que tenha muita coisa para conquistar ainda, ou melhor, dobrar tudo aquilo que já foi conquistado.
O que você acha das kakazetes do Brasil?
Tenho um carinho muito especial por elas, porque a grande maioria torce pelo meu sucesso, e pelo sucesso da minha família.
Já sofreu algum tipo de preconceito, perseguição ou até mesmo provação no mundo futebolístico, pelo fato de ser evangélico?
Nenhuma. Até porque hoje são muitos os atletas que são evangélicos. E sempre fui muito respeitado, porque também respeito muito a todos.
O que o casamento mudou em sua vida?
O casamento me fez crescer bastante, amadurecer em muitas áreas da minha vida. Sempre acreditei que o casamento é uma grande bênção e tenho vivido isso hoje na minha casa.
Quando você era solteiro, seus amigos faziam muitas brincadeiras pelo fato de você ser virgem? Como encarava isso?
Sempre havia brincadeiras em relação a isso, mas não era uma coisa que me incomodava, pois eu tinha certeza e convicção do que a virgindade até o casamento representaria para minha vida espiritual e para minha família. Tenho certeza de que quem ama consegue esperar.
Qual foi o momento mais marcante de sua carreira?
Os momentos mais marcantes foram as minhas grandes conquistas, como a Copa do Mundo em 2002, pois eu era o caçula daquela seleção, com apenas 20 anos, e isso foi demais para mim. A conquista da Copa da Europa, em 2007, e do Mundial da Fifa, no mesmo ano, também. E, claro, os prêmios individuais, como a Bola de Ouro e o prêmio de Melhor Jogador do Mundo pela Fifa (2007).
Quais são seus objetivos profissionais? E pessoais?
Eu vivo de metas e objetivos. Os próximos, a curto prazo, são fazer 100 gols com a camisa do Milan (faltam 6), conquistar a Copa das Confederações com a Seleção Brasileira e a classificação para a Copa do Mundo o mais rápido possível. Na vida pessoal, desejo conseguir trasmitir para meu filho nossos valores de vida.
Quem são seus ídolos na profissão?
Meu grande exemplo como jogador sempre foi o Raí. Quando eu estava crescendo nas categorias de base do São Paulo, o Raí era o grande nome do time naquela época e, por jogar na mesma posição que ele, eu sempre queria ser o Raí na hora de jogar bola com os meus amigos.
Há quantos anos está fora do Brasil e do que sente saudade?
Saí do Brasil em agosto de 2003. Do que eu mais sinto saudade são os amigos e parentes. Mas tem uma saudade que é difícil de explicar, que é a saudade da terra, de falar a língua em todo lugar, das comidas, do povo.
O que faz nas horas vagas?
Gosto de fazer coisas com minha família, viajar, sair para conhecer outros lugares, brincar com meu filho, levá-lo para passear e sair para jantar com os amigos.
Tem alguma intenção de um dia voltar a jogar no Brasil, a exemplo de Ronaldo e Adriano, mesmo sabendo que aqui os salários são menores?
Quando o jogador volta para o Brasil ele sabe que é uma outra realidade econômica e profissional. A curto e médio prazo não tenho a intenção de voltar. Talvez em um futuro mais distante.
É comum vermos jogadores xingarem e até brigarem em campo, mas você está sempre tranquilo. Nunca perde a paciência?
Às vezes acontece. Durante o jogo, os nervos estão à flor da pele, mas acho que consegui desenvolver o domínio próprio de uma forma que consigo me controlar.
Pretende deixar o futebol um dia e virar pastor?
O que eu gosto é de transmitir para as pessoas aquilo que Deus tem feito na minha vida e que pode fazer na vida delas também. Hoje faço isso através do futebol. Quem sabe, um dia eu possa fazer isso através de um altar e uma igreja, pois eu gosto muito de estudar a Bíblia e conhecer sempre mais do poder Dele. Um dia, se Deus quiser, serei também pastor.
Fonte: Revista Quem.