Enquanto estava em Washington procurando apoio político para auxiliar à África, o cantor do U2, Bono Vox, fez uma clara confissão a respeito dos muitos evangélicos. “Ele disse, ‘Eu sou um crente e tenho fé em Jesus Cristo’”, recordou Richard Cizik, vice-diretor de assuntos governamentais da Associação Nacional de Evangélicos (EUA), que esteve presente no encontro realizado em Março na Capitol Hill. “Você não pode discordar que esse tipo de testemunho pessoal é uma maneira de abrir portas”.
Bono, um dos mais celebrados pop stars do mundo, tem se tornado um defensor internacional de projetos para a Aids, da absolvição da dívida financeira do Terceiro Mundo e do crescimento das transações comerciais. Ele incita os evangélicos a tomarem a frente na luta contra a Aids e a pobreza que tem desolado o continente Africano.
“Um terço da população da Terra está encarcerada pela pobreza”, Bono disse em entrevista a Cristianity Today. “Esse é, como ela mesma diz, o ímpeto da Escritura. Por quê esse não é o ímpeto das igrejas?”
Uma pesquisa realizada pelo Barna Research Group em 2001, à pedido da Visão Mundial, disse que os cristãos evangélicos são significantemente menos propensos a darem dinheiro para ajudar na educação e prevenção da Aids ao redor do mundo do que os não-cristãos. Apenas 3% dizem que planejam ajudar internacionalmente o combate a Aids, em comparação com 8% de não-cristãos e 8% de pessoas que disseram ter nascido de novo. Os evangélicos são também os menos propensos a ajudar crianças órfãs por causa da Aids.
O encontro de Bono ocorreu menos de um mês depois de Frnklin Graham ter conclamado os cristãos a participarem da Conferência Receita para Esperança, em Washington, para oferecerem aos pacientes de Aids mais amor e compaixão em vez de condenação. No evento, organizado pela organização de Graham Enfermeiro Samaritano, Jesse Helms disse estar “envergonhado por não fazer algo realmente significante” para combater o avanço da Aids.
Em seu orçamento de 2003, a Casa Branca estimou 200 milhões de dólares de contribuição ao Fundo Global para Aids, tuberculose e malária, e outras iniciativas da ONU. Existe também um desejo de aumentar de 435 para 540 milhões de dólares a ajuda aos programas de Aids/HIV – Bono e alguns Democratas disseram que isso é muito pouco.
Enquanto alguns participantes disseram que o apelo de Bono foi bem recebido, alguns desafiaram a noção de que o dinheiro do governo, mais do que o envolvimento do setor privado, poderia ser o veículo para resolver muitos problemas. Eles também enfatizaram que a ajuda deveria ir para países democráticos em vez de ir para ditaduras corruptas.
“Nós não deveríamos escrever cheques em branco para regimes opressivos, mas nós deveríamos apoiar governos que estão levando adiante a democracia e que não estão envolvidos com a corrupção”, disse Diane Knippers, presidente do Instituto sobre Religião e Democracia.
Os participantes, inclusive representantes de organizações evangélicas e grupos de advogados, disseram que ele apresentou os tópicos que ele irá falar no Congresso americano e na Casa Branca. Ele também fez uma conexão com uma comunidade que ele nunca conhecera antes, eles disseram.
Com os fundos da Fundação Bill e Melina Gates, Bono planeja abrir um escritório nos próximos meses, em Washington, para sua nova organização, a DATA (Debt, AIDS, and Trade for Africa) – em português, Dívida, Aids, e Movimento Comercial para a África.
AUTOR: Sheryl Henderson