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Casada, mãe de três e convertida à religião evangélica, a loira afirma que a Feiticeira não é mais parte de sua vida, apesar de ser grata à personagem.
Joana Prado posa no último andar de hotel em São Paulo
Joana Prado, faz tempo, não é mais a Feiticeira, moça que dançava de biquíni na televisão e que tirou a roupa três vezes para a "Playboy". A loira agora é uma mulher "casada, mãe de três filhos e convertida (à religião evangélica)", como ela mesmo se define. E se os hormônios de alguns insistentes não puderem ver isso, ela vai bater o pé, assim como fez em um programa ("João Inácio Show", uma atração que vai ao ar no Ceará) que tentou mostrar imagens suas da época de Feiticeira. "Não sou obrigada a passar (por isso)", diz, resolvida.
E bem resolvida ela é mesmo. Sabe que o importante nesse momento é cuidar da família, criar um "um lar, não uma casa" ao lado do marido, o lutador Vítor Belfort, e dos filhos Davi (6), Vitória (2) e Kyara (6 meses), e não fazer mais trabalhos que explorem o corpo, que continua com tudo em cima. "A lei da gravidade fez efeito", brinca, bem humorada, sobre não ser mais a Feiticeira e sim a "Bagaceira". Com vocês, Joana Prado.
EGO – Você está com um programa (Absoluta, na WTN) para o público feminino na internet. Gostaria de levar esse programa para a TV?
Joana Prado – Eu fazia administração de empresa e modelava, aí surgiu a oportunidade de trabalhar com o Luciano Huck. Eu fui porque era em Salvador e eu, rata de praia, falei, ‘eba, vou para Salvador de graça’. Nem pensava em aparecer na televisão. Fiz a Feiticeira por uns três anos. E para uma personagem efêmera, acho que durou muito, rendeu muito (risos). E deu certo, foi fluindo. Fui agarrando todas as oportunidades. Sempre fui dedicada, mas não fico planejando. Eu deixo fluir, eu vivo o momento. Estou muito feliz lá na WTN, realmente virou uma parceria. Estou lá, estou feliz fazendo meu trabalho.
EGO – A sua prioridade hoje, você pode dizer que são seus filhos, sua família?
Joana Prado – Com certeza. Para mim é Jesus em primeiro lugar, minha família em segundo e o trabalho em terceiro, sem dúvida.
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Para mim é Jesus em primeiro lugar, minha família em segundo e o trabalho em terceiro"
Você sente que perdeu alguma coisa (na carreira) por ter tido filhos?
Joana Prado – Não, eu só ganhei. Não quero fazer apologia, mas sou muito bem resolvida. Acho que todas as fases da minha vida vivi muito intensamente. A época de Feiticeira era muito intenso, tranquei minha faculdade, fui fazer curso de teatro para entender o que era a personagem, eu bancava meus biquínis, senão estaria com aquele biquininho vermelho com aquelas pedrinhas até hoje. Chamei um estilista, o Valério Araújo, e disse: ‘vamos lá’. Agora vivo minha fase de mãe e dona-de-casa.
Recentemente você passou por uma saia justa na TV quando um apresentador quis colocar no ar imagens da Feiticeira. Por que ficou tão chateada?
Joana Prado – Aquilo foi um mal-entendido. Na verdade, mostraram só um pedacinho do programa, que foi uma parte que eu estava chorando. Não ligo de falar sobre a Feiticeira, não ligo que me chamem de Feiticeira. Faz parte da minha história, fiquei conhecida por isso, comprei uma cobertura no Morumbi com a grana da ‘Playboy’, comprei uma casa para minha mãe, comprei um monte de coisa nessa fase. O que me deixou constrangida é que ele quis mostrar a foto da ‘Playboy’. E isso eu já deixei muito claro, não sou obrigada a passsar. Não me sinto bem, porque sou casada, tenho três filhos, sou convertida.
Mas ele chegou a mostrar as imagens?
Joana Prado – Não, porque eu falei que se mostrasse levantaria e iria embora.
Alguém disse que você estava "cuspindo no prato em que comeu" por causa desse episódio?
Joana Prado – Falaram porque só viram aquele trecho [em que ela chora]. E naquele trecho dá para fazer essa interpretação de que estou cuspindo no prato em que comi e não é isso. Tanto que eu falo que não ligo que me chamem de Feiticeira. Se prefiro ser chamada de Joana? Claro que sim, mas não ligo. Se alguém diz ‘oi, Feiticeira’, eu até brinco que hoje não é mais Feiticeira, é Bagaceira (risos).
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Se alguém diz ‘oi, Feiticeira’, eu até brinco que hoje não é mais Feiticeira, é Bagaceira "
Os seus filhos são os responsáveis por você querer se preservar mais?
Joana Prado – Não, é uma conduta minha. Me converti bem antes de eles nascerem. Isso foi fluindo naturalmente. No reality show "Casa dos Artistas", por exemplo, eu entrei muito grande, muito forte e foi uma coisa que eu quis fazer. Pensei: "se a Joana entrar ali, magrinha e tals vão explorar uma sensualidade que eu não quero". Feiticeira já tinha explorado muito isso, eu queria mostrar meus grilos, meu interior. O Silvio (Santos, apresentador do programa) até brincou: "você só quer fazer personagem feio?". E eu disse: "eu quero, porque só me venderam bonita". Eu queria uma outra imagem.
E com o Vitor (Belfort), teve esse outro lado?
Joana Prado – A gente saiu (no começo do namoro), foi a uma pizzaria. Eu comi oito pedaços de pizza e falei "olha, eu como mesmo, sou assim, se quiser ótimo, se não quiser tem quem queira". Sempre quis mostrar o que eu realmente sou. Toda mulher tem um lado sensual, mas não precisa ser tão escancarado como a Feiticeira, que na verdade era um personagem que pedia isso.
Você se arrepende de alguma coisa que fez?
Joana Prado – Me arrependo de não ter feito intercâmbio quando tinha 15 anos. Me arrependo quando pego pesado com meus filhos.
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Nem vem me sondando porque para a ‘Playboy’ eu digo nunca. Feiticeira de novo? Não, primeiro porque a lei da gravidade fez efeito e depois porque é outra história a minha vida agora"
E na sua carreira?
Joana Prado – Arrependimento é não querer fazer aquilo que você já fez. A minha época de Feiticeira foi uma fase, naquele momento valeu a pena, hoje em dia não. Até brinquei com uma pessoa que trabalha na "Playboy": "olha, você nem vem me sondando" porque para a ‘Playboy’ eu digo nunca. Feiticeira de novo? Não, primeiro porque a lei da gravidade fez efeito (risos) e depois porque é outra história a minha vida agora.
Você disse que se arrepende quando pega pesado com seus filhos. Você é uma mãe brava?
Joana Prado – Acho que mãe é a que educa mesmo, que sabe a rotina. Eu fico falando para o Davi e para a Kyara, "qual a palavra mágica?", para eles dizerem obrigado, por favor, essas coisas. Às vezes, coitados, eles nem sabem qual é a palavra do momento, se é obrigado ou por favor (risos). Mas eu tenho regras. Dia de semana eu tenho horário para tudo. Tem coisas que são negociáveis, tem coisas que não.
Como o quê?
Joana Prado – Guloseimas, por exemplos. Doce, refrigerante só libero de fim de semana. Hora para tomar banho, para jantar, para dormir. Criança pede limite. Ensinei o Davi a lavar a mão depois de fazer xixi e ele veio me dizer que o pai não pedia. Aí eu falei, pode ensinar para ele porque eu que pego naquela mão o tempo inteiro. (risos).
Joana Prado com Vitória, Vítor e Davi no Havaí
Você e o Vítor têm bastante sintonia, né?
Joana Prado – Sim, e mesmo assim é difícil. A gente gosta de praia, esporte, eu colecionava tênis, ele também, as mesmas coisas. E às vezes eu penso: quem é esse? O que se passa nessa cabeça?
Você está mais magrinha. Está fazendo alguma coisa?
Joana Prado – Ah, estou cuidando de filho. Corro atrás dos três o tempo inteiro. Com a Kyara é musculação e isometria, com o Davi são os aeróbicos, corro atrás dele o tempo todo. Vou à academia, mas não é mais minha prioridade. Agora quero aprender windsurf e kitesurf. Minha terapia é praticar atividade física.
Ego/Notícias Cristã