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O pastor americano Pat Robertson, que anima um programa de TV, lançou uma polêmica nos Estados Unidos ao falar do terremoto que atingiu o Haiti nesta terça-feira (12). Para Robertson, os fortes tremores que arrasaram a capital Porto Príncipe são consequência de um "pacto com o demônio" selado pelos haitianos há dois séculos para se livrar dos franceses.
A controvérsia obrigou a Casa Branca a intervir, qualificando as declarações de "profundamente estúpidas".
Durante o seu programa, o religioso de 80 anos lembrou que os haitianos "eram dominados pelos franceses" e comparou a situação do país com a da nação vizinha, República Dominicana, relativamente próspera.
– Eles [haitianos] se reuniram e selaram um pacto com o demônio. Disseram a ele: "Serviremos a você se nos livrar dos franceses." A história é verdadeira. E o demônio respondeu: "Está certo!". Desde então, eles são vítimas de uma série de maldições.
Pat Robertson é conhecido por suas declarações polêmicas nos Estados Unidos. Em 2006, ele explicou que o AVC sofrido por Ariel Sharon foi uma punição divina para o ex-premiê de Israel após retirada das tropas israelenses dos territórios palestinos da faixa de Gaza. Bastante popular entre os americanos, ele até já se candidatou às primárias republicanas para a eleição presidencial de 1988, mas foi derrotado por George Bush – que acabou sendo eleito ao cargo na época.
Assista, abaixo, o vídeo com a declaração polêmica, em inglês.
Reação em Washington
Questionado sobre as declarações, o porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs, declarou-se "surpreso" de que "nestas horas de inimaginável sofrimento humano, alguém tenha a coragem de proferir coisas tão profundamente estúpidas".
Horas antes, o presidente Barack Obama prometeu que os Estados Unidos não abandonarão o Haiti. O líder americano anunciou uma ajuda de emergência de US$ 100 milhões e o envio de milhares de soldados e socorristas para ajudar as vítimas do terremoto.
O Haiti – que ficou sob dominação espanhola até 1697 e, depois, francesa – tornou-se a primeira república negra independente em 1804, depois da derrota do corpo expedicionário de Napoleão Bonaparte, que queria restabelecer a escravidão abolida pela Revolução Francesa.
Fonte: R7