A Biblioteca Apostólica do Vaticano converterá 80.000 de seus manuscritos para um formato digital para garantir a sua disponibilidade para as gerações futuras. Este “grandioso empreendimento” fará uso da tecnologia criada pela NASA para preservar e proteger documentos importantes, informa a Agência de Notícias Católica – Catholic News Agency.
Este projeto não é para ser encarado com “desânimo”, escreveu o monsenhor Cesare Pasini, chefe da Biblioteca Apostólica do Vaticano nas páginas da edição de quarta-feira de «L’Osservatore Romano. Como o diretor do projeto, ele espera que cerca de 45 milhões de páginas, incluindo textos e imagens possam ser “digitalizadas”, o que ocupará 45 petabytes de memória.
Mons. Pasini, exclamou: “São 45 quatrilhões de bytes!”
O projeto de “alto valor e inovador”, que o chefe Mons. Pasini estima que levará 10 anos e envolverá mais de uma centena de pessoas em sua fase final, visa não só digitalizar os documentos em formato eletrônico, mas garantir a sua estabilidade “para o futuro e facilitar a sua manutenção e gestão.
O projeto vai reproduzir imagens dos manuscritos usando um scanner e uma câmera de 50 megapixels para convertê-los para o formato “Flexible Image Transport System” (FITS) da NASA. Este formato da NASA tem sido utilizado durante décadas no armazenamento e compartilhamento de documentos relacionados com as missões espaciais, astrofísica e medicina nuclear.
A Biblioteca Apostólica do Vaticano concluiu recentemente um estudo de viabilidade de dois anos que “digitalizou” 23 manuscritos em cinco terabytes de espaço de memória. Referindo-se a esse estudo, Mons Pasini disse que, em comparação com o escopo total do novo projeto, o trabalho que foi concluído é pouco mais que uma semente de mostarda.
“Mas nós sabemos bem que essa semente contém uma imensa energia”, observou.
“Apoiando-se na promessa garantida da parábola do grão de mostarda, nós gostaríamos de dar esperança a todos que também aguardam os frutos da realização deste projeto.”
Fonte: Christian Telegraph