“A Teologia é desnecessária“, diz Stephen Hawking. O físico mundialmente famoso defende em seu novo e controverso livro, que Deus não criou o universo.
“Deus deve existir, mas a ciência pode explicar o universo sem a necessidade de um criador“, disse Hawking no programa “Larry King Live”, da CNN, em uma entrevista sexta-feira (10/9).
Hawking, 68, diz em seu livro The Grand Design, que “dada a existência da gravidade, o universo pode criar-se a si mesmo a partir do nada”.“Geração espontânea”, escreve ele, “é a razão pela qual o universo e a humanidade existem”.
“A gravidade e teoria quântica fizeram os universos serem criados espontaneamente, a partir do nada”, disse Hawking a Larry King.
King perguntou então por que o cientista acha que as pessoas reagiram tão fortemente ao seu livro.
“A ciência tem cada vez mais respondido questões que antes eram do campo da religião“, Hawking respondeu. “A explicação científica é completa. A teologia é desnecessária.”
Hawking disse que seu livro é uma tentativa de dar uma “visão ampla de como o universo funciona e qual é o nosso lugar nele. Este é um desejo humano básico e também coloca as nossas preocupações na perspectiva correta.”
A idéia existente por trás do argumento é a “Teoria-M”, que, segundo ele, permite a existência de muitos universos que foram criados a partir do nada, mas nenhum deles exigiu a intervenção de Deus. Isso porque, se existem muitos universos, um deles terá leis da física como as nossas – e nesse outro universo, algo que não apenas pode, mas deve surgir a partir do nada, afirma Hawking. Portanto, não há necessidade de uma intervenção divina. Ele afirma que esse é o argumento central do novo livro. “A ciência pode explicar o universo, não precisamos de Deus para explicar por que algo existe ao invés do nada, ou por que as leis da natureza são o que são.”
Hawking disse que se ele pudesse viajar no tempo – que ele afirma ser teoricamente possível – iria para o futuro, para “descobrir se a teoria-M, de fato, é a teoria sobre tudo”.
Hawking tem esclerose lateral amiotrófica (ALS), que o obrigou a viver numa cadeira de rodas e deixou-o incapaz de falar sem a ajuda de um sintetizador de voz computadorizado. A doença é também conhecida como doença de Lou Gehrig nos Estados Unidos e doença neuro-motora (MND), na Grã-Bretanha.
Ele disse a Kaing que ele está vivendo ”muito bem” com a doença, 45 anos depois de ser diagnosticada pela primeira vez. Uma pessoa com essa doença tem uma expectativa de vida de 2 a 5 anos, de acordo com a associação de ALS.
Fonte: CNN
Tradução de Jarbas Aragão. Direitos de tradução reservados. Se reproduzir, cite a fonte.