A renúncia de presidente egípcio, Hosni Mubarak sexta-feira é boa para os cristãos coptas do país, segundo um especialista da liberdade religiosa.
O Vice-Presidente egípcio Omar Suleiman leu uma breve declaração sexta-feira dizendo que Mubarak tinha "decidido deixar seu cargo como presidente" e entregar o controle ao poderoso Conselho Supremo das Forças Armadas Egipcio.
Mubarak teria deixado o Cairo para sua casa em Sharm el-Sheik, de acordo com o New York Times.
"Eu acho que a renúncia de Mubarak é uma coisa boa para os cristãos coptas e outros egípcios. Se ele não tivesse renunciado, teriamos provavelmente motins e violência e uma descida ao caos", disse Paul Marshall, membro sênior do Centro do Instituto Hudson para a Liberdade Religiosa, em Washington, DC, ao The Christian Post.
Ele acrescentou: "A questão fundamental é o que vem a seguir. Podem e irão as Forças Armadas e Suleiman fazer reformas reais que satisfaçam essas demonstrando pela liberdade e preservem a estabilidade?"
Marshall tem escrito vários livros sobre o Oriente Médio, Islamismo, e liberdade religiosa, incluindo: "Egypt’s Endangered Christians, Radical Islam’s rules: The Worldwide Spread of Extreme Sharia Law e Religious Freedon in the World.
Os cristãos coptas, que compõem oito a 12 por cento da população do Egito, protestaram junto com os muçulmanos durante as manifestações anti-governamentais. A BBC informou que os cristãos e os cidadãos muçulmanos uniram-se sob a identidade comum dos egípcios, para protestar contra seu governo.
"Estamos todos juntos nessa. Muçulmanos e cristãos", disse um manifestante não-identificado à correspondente da BBC Anne Alexander.
Mas, poucas semanas antes, a tensão foi elevada entre as comunidades cristã e muçulmana no Egito, depois que extremistas bombardearam uma igreja copta em Alexandria, matando 21 pessoas, na véspera do Ano Novo. Foi o pior ataque contra a comunidade copta.
Ativistas pela liberdade religiosa esperam que a união inter-religiosa vista durante as manifestações vão continuar mesmo depois da renúncia de Mubarak.
Dos 18 dias de protestos pró-democracia, sexta-feira marcou a maior manifestação com centenas de milhares de egípcios reunindo-se na Praça Tahrir no centro do Cairo, para exigir que Mubarak renunciasse. Ele havia aparecido discursando na quinta feira e disse que se manteria no poder.
A multidão explodiu em alegria quando soube que o regime autoritário de Mubarak, que governou o Egito com mão de ferro durante 30 anos, tinha finalmente chegado ao fim.
"O povo derrubou o presidente", cantava a multidão de dezenas de milhares de pessoas no palácio presidencial, no Cairo, segundo a Associated Press.
O manifestante no Palácio Presidencial Safwan Abo Stat, 60, disse: "Finalmente estamos livres."
"De agora em quem vai governar saberá que essas pessoas são grandes."
Enquanto isso nos Estados Unidos, o vice-presidente Joe Biden chamou a evolução recente de "histórica" e disse que a transição deve ser "irreversível" e levar em direção à democracia.
Conselho Supremo das Forças Armadas Egipcio, composto por generais de alto escalão, disse sexta-feira que planeja levar o país a uma maior democracia.
Fonte: Christian Post