Grupos antieutanásia acusam a BBC de promover o suicídio assistido
Um documentário do escritor Terry Pratchett sobre o suicídio assistido de um milionário britânico de 71 anos na Suíça fez ressurgir nesta terça-feira (14) o ácido debate sobre a eutanásia no Reino Unido, onde cristãos e outros opositores acusaram a BBC de promover a o suicídio assistido.
"Choosing to Die" (Escolhendo morrer), o filme exibido na noite desta segunda-feira pela segunda maior rede de televisão pública britânica, segue o hoteleiro Peter Smedley, acometido por uma doença dos neurônios motores, até a clínica Dignitas, perto de Zurique, na qual, diante das câmeras, põe fim aos seus dias com uma dose letal de barbitúricos.
Pratchett, um popular escritor britânico de livros fantásticos de ficção científica, de 63 anos e doente de Alzheimer, defendeu o documentário, que disse ser o resultado de sua "consternação diante da situação atual". Ele, que milita há anos pela legalização da eutanásia, afirmou que Smedley queria "mostrar ao mundo o que estava acontecendo e a razão de fazer isso".
No entanto, cristãos e outros grupos antieutanásia criticaram a modo como o documentário apresenta o suicídio assistido e afirmam que a BBC ajuda a promovê-lo.
Alistair Thompson, da Care Not Killing Alliance, denuncia a transmissão como uma "propaganda ‘pró-suicídio assistido’ vagamente disfarçada de documentário".
"Os testes mostram que quando mais se retrata, mais suicídios existem", acrescentou Thomson, explicando que a rede transmitiu nos últimos três anos cinco programas apresentados por um ativista ou simpatizante pró-eutanásia.
Fonte: AFP / Redação CPAD News