O Santo Sudário de Turim, um dos objetos mais venerados do Cristianismo, foi na verdade um trabalho do pintor italiano pré-renascentista Giotto. Esta é a conclusão de um estudo do artista italiano Luciano Buso.
O pano de linho puro, de 4 metros e 36 centímetros de comprimento por 1 metro e 10 centímetros de largura, que alguns afirmam ter sido utilizado para envolver o corpo de Jesus Cristo após sua crucificação, tem sido alvo de várias teorias, sendo até hoje um dos trabalhos mais misteriosos do mundo.
Luciano Buso, pintor e restaurador de arte, analisou exaustivamente e ao pormenor o Sudário de Turim através de várias fotografias oficiais cedidas pelas arquidioceses de Turim e garante ter encontrado a marca de Giotto no lenço. O italiano explica que a peça tem a marca de Giotto, presente em muitos dos seus trabalhos, garantindo ter verificado a presença do número 15 em várias partes do Santo Sudário, significando que a obra terá sido criada em 1315.
De acordo com a investigação, a peça está também assinada, mas assim como o número 15, nunca ninguém conseguiu ler porque Giotto terá usado uma técnica de escrita oculta que os pintores costumavam usar naquela época como marca indelével da autenticidade das suas obras.
São várias as teorias que existem em torno do Santo Sudário de Turim. Não existe acordo sobre a verdadeira origem da peça, nem mesmo se terá coberto o corpo de Cristo.
Em 1898, foram feitos os primeiros testes para se provar que o pano realmente serviu esse fim, depois de um fotógrafo de Turim ter feito uma foto do manto e, na revelação, ter descoberto que os negativos mostravam o corpo e o rosto de um homem crucificado. Em 1989, o Sudário foi submetido a um teste específico de carbono em três laboratórios diferentes, onde se chegou à conclusão que o pano de linho foi criado cerca de 1300 anos depois da morte de Jesus, entre 1260 e 1390.
Luciano Buso utiliza estes testes para provar que a sua teoria se enquadra no período de criação da peça e acrescenta que não acredita que Giotto não tivesse assinado claramente o trabalho para enganar as pessoas. “Ele não estava a tentar fingir nada, o que é claro tendo em conta que ele assinou ‘Giotto 15’, para autenticar o seu próprio trabalho”, disse ao The Independent o italiano.
Esta nova investigação também já está a gerar uma grande onda de controvérsia e criticas na Itália e nos meios religiosos. Os críticos acham que a teoria de Buso não faz sentido porque a Sudário de Turim não tem o padrão de Giotto.
Em 2010, o Sudário de Turim foi exposto ao público na Catedral de Turim, atraindo cerca de dois milhões de visitantes e peregrinos.
Fonte: Paulo Lopes