Cristãos aceitaram o desafio de 100 dias contra a gordura.
O pastor Michael Minor gerou polêmica ao banir o frango frito da cantina de sua igreja no Mississipi e agora está convocando as congregações do país a pregarem a favor da saúde dos fieis. “Nosso corpo não é nosso, é um presente de Deus e deveríamos fazer um trabalho melhor com ele”, afirmou.
Os líderes religiosos concordam. Um pastor do Texas começou, no mês passado, um desafio de 100 dias no qual parceiros de fé lutam contra a gordura. Em uma igreja em Tampa, na Flórida, há aulas de alimentação saudável, em outras há programas de hortas e exercícios chamados de "Salad Sundays" (domingo da salada), em tradução literal.
Nos Estados Unidos, pesquisas mostram um ganho de peso cada vez maior em adultos e crianças, mas o mais preocupante é a situação dos adultos no Sul do país, região com maior índice de obesidade. As autoridades de saúde acreditam que as igrejas, com registros de cuidar dos enfermos e impulsionar a mudança social, estão em posição única para enfrentar a epidemia de obesidade e os problemas graves de saúde associados à obesidade.
“As igrejas são a base da comunidade” – diz o diretor do Escritório de Medicina Preventiva do departamento de saúde do Mississipi, Victor Sutton. “Um pastor pode dizer para a comunidade o que fazer como se fosse um fato científico, enquanto um médico pode falar a mesma coisa sem gerar nenhum efeito”, acredita.
As igrejas têm usado boletins para conscientizar os fieis com informações médicas e conectar membros com necessidades básicas de saúde a serviços fundamentais. As comunidades que preparam refeições, como a igreja Williams, em Nashville, eliminaram frituras, cortaram o sal e optam por produtos à base de peru em vez de porco.
“Essas mudanças têm grande impacto” – disse a professora de Saúde Pública da Universidade do Tenesse, Elizabeth Williams.
A preocupação com o bem-estar da comunidade está por trás de muitos dos esforços baseados na fé para combater a obesidade, segundo Marjorie Paloma, do conselho sênior de políticas da Fundação Robert Wood Johnson. Em 2009, a fundação concedeu cerca de US$ 5 milhões para 22 entidades religiosas que trabalharam para aumentar o acesso a alimentos saudáveis e atividades físicas para as crianças dos grupos minoritários e de baixa renda que enfrentam o maior risco de obesidade.
“É realmente sobre a assegurar que cada pessoa tenha capacidade de viver uma vida longa e saudável”, contra.
Fonte: Reuters / O Globo